O nosso presidente não é muito adepto do que ele considera minorias (apesar de concentrar mais da metade da população brasileira, o governo ainda nos chama de minorias). Mas é certo algumas vozes dentro e fora do Planalto devem sugerir para ele pautas importantes para tentar elevar a moral de Jair Bolsonaro, que anda tão baixa quanto o PIB. A prova disso foi o café da manhã promovido pelo chefe do Executivo para a bancada feminina no Congresso. Não tivemos o desprazer de estar lá, mas analisamos o que foi publicado sobre o assunto para construir uma narrativa que possa explicar o que de relevante ocorreu no evento.
O café começou por volta das 8h15 e terminou pouco antes das 10h. Um dos três salões do palácio foi reservado para o evento. Após o encontro, questionada pela reportagem sobre a lista de presença, a assessoria da Presidência informou que o cerimonial ainda elaborava a listagem oficial, mas poderia não divulgá-la publicamente. A única paraibana que se tem notícia da presença no encontro foi a deputada federal Edna Henrique (PSDB). A senadora Daniella Ribeiro (Progressistas) parece não ter ido, já que não consta nas fotos nem publicou nada em suas redes sociais.
Em discurso durante a reunião com deputadas federais e senadoras, Bolsonaro disse que a presença de todas as parlamentares “realmente quebra um pouco o gelo daquilo que foi pregado ao longo dos últimos anos” contra ele. E ressaltou que, quem o conhece, sabe que a realidade “é completamente diferente”. Tem quem acredite.
Deputadas federais e senadoras da oposição recusaram convite para ir ao Planalto. As assessorias do PT e do PSOL confirmaram que suas respectivas parlamentares preferiram não ir ao encontro, organizado pela líder da bancada feminina na Câmara, deputada Professora Dorinha (DEM-TO).
Indagada sobre a ausência da oposição, a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou que o posicionamento é “previsível”.
Já o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, foi ao café a convite de Bolsonaro, informou Joice, pelo fato de ontem a Corte ter julgado que gestantes e lactantes não podem exercer atividades consideradas insalubres.
Questões relativas ao aborto, porém, não foram comentadas na reunião, disse. O mesmo aconteceu em relação aos atos hoje em diversas cidades do país contra cortes na educação.
“Não falamos nada disso [dos atos pela educação]. Foi um clima de paz e amor. […] Não falamos de nada que seja azedo. Foi um café da manhã doce.”
Da Redação, com o Uol