Cinco paraibanas para você conhecer e se inspirar na luta cotidiana contra o machismo

By 2 de junho de 2019Lute como uma garota

A gente sabe que a luta contra a cultura do machismo é cotidiana. Seja em pequenos gestos, no emprego, na família e até mesmo na escolha dos nossos heróis. Por isso, o Paraíba Feminina resolveu fazer uma pequena lista com cinco paraibanas que inspiram nossas meninas e mulheres a fazer do mundo um lugar mais igualitário para todos.

1- Margarida Maria Alves

Margarida Maria Alves (Alagoa Grande, 5 de agosto de 1933 — Alagoa Grande, 12 de agosto de 1983) foi uma sindicalista e defensora dos direitos humanos brasileira. Foi uma das primeiras mulheres a exercer um cargo de direção sindical no país.

Durante o período em que esteve à frente do sindicato local de sua cidade, foi responsável por mais de cem ações trabalhistas na justiça do trabalho regional, tendo sido a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Paraíba durante a ditadura militar.

Foi foi assassinada por um matador de aluguel em frente à sua casa. O crime foi considerado político e comoveu não só a opinião pública local e estadual, mas a nacional e internacional, com ampla repercussão em organismos políticos de defesa dos direitos humanos. Uma de suas frases que se tornou lema da luta sindical é: “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”.

2- Anayde Beiriz

Anayde Beiriz (João Pessoa, 18 de fevereiro de 1905 — Recife, 22 de outubro de 1930) foi uma professora e poetisa brasileira. Formou-se na Escola Normal aos 17 anos de idade. Passou a lecionar, alfabetizando os pescadores da então vila de Cabedelo.

Sua beleza chamava atenção, mas era sua inteligência que causava espanto. Para a mentalidade conservadora da sociedade brasileira à época, Anayde não era uma mulher bem vista por causa das ideias progressistas que alimentava: como poetisa, participava ativamente do movimento intelectual, envolvida em acontecimentos artísticos e frequentando saraus literários.

Como cidadã, defendia a participação das mulheres na política, em uma época em que sequer podiam votar; ousava em sua aparência, vestindo roupas decotadas e apresentando um corte de cabelo à la garçonne.

Revolucionária, não se prendia a convenções no que dizia respeito a relacionamentos amorosos. Tem seu nome ligado à História da Paraíba, devido à tragédia em que foi envolvida, juntamente com o advogado e jornalista João Dantas, com quem mantinha um relacionamento amoroso. Morreu supostamente por auto envenenamento logo após seu amado ser encontrado morto na prisão em Recife.

3- Luiza Erundina

Luiza Erundina de Sousa (Uiraúna, 30 de novembro de 1934) é uma assistente social e política brasileira. É deputada federal por cinco mandatos e ganhou notoriedade nacional quando foi eleita a primeira prefeita de São Paulo e representando um partido de esquerda, o PT, em 1988.

As circunstâncias da eleição de Erundina para a prefeitura da maior cidade do país causaram grande impacto, sobretudo pelo alto grau de surpresa ou seja, candidatos peculiares que atraem o voto de protesto, pelo próprio perfil pessoal da nova prefeita (solteira, migrante nordestina e ativa militante de esquerda) e pela significativa mudança em relação ao sistema administrativo outrora constituído.

Continua até hoje sua luta em defesa das minorias e seu trabalho é reconhecido em todo o país.

4- Elizabeth Teixeira

Elizabeth Altino Teixeira (Sapé, 13 de fevereiro de 1925) é uma trabalhadora rural e ativista brasileira.

Enfrentou a família de pequenos proprietários ao se casar com João Pedro Teixeira, trabalhador sem terra e negro. Ao lado dele, militou nas Ligas Camponesas na Paraíba. Em 1962, após o assassinato do companheiro, assumiu a liderança da organização no município de Sapé.

Em diversas ocasiões foi presa. Numa de suas voltas para casa, descobriu que a filha mais velha, Marluce, havia cometido suicídio, acreditando que a mãe havia sofrido o mesmo destino que o pai. Com o golpe militar de 1964, teve que passar para a clandestinidade, adotando o nome de Marta Maria Costa e se refugiou em São Rafael (Rio Grande do Norte), com o filho Carlos.

Permaneceu clandestina até 1981, quando foi encontrada pelo cineasta Eduardo Coutinho, que retomara as filmagens de seu documentário Cabra Marcado para Morrer. Foi morar em João Pessoa, numa casa que ganhou de Coutinho.

Foi homenageada com o Diploma Bertha Lutz e a Medalha Epitácio Pessoa. A casa onde viveu com João Pedro, em Sapé, foi tombada e destinada a abrigar o Memorial das Ligas Camponesas, em 2011. Até hoje a sua luta é reconhecida e propagada.

5 – Elba Ramalho

Elba Maria Nunes Ramalho (Conceição, 17 de agosto de 1951) é uma cantora e atriz brasileira. Sua primeira experiência musical veio em 1968, tocando bateria no conjunto feminino “As Brasas”. Posteriormente, o grupo se transformou de musical para teatral. Contudo, Elba continuou a cantar e a participar de festivais pelo Nordeste brasileiro. Em 1979, lançou seu primeiro álbum, “Ave de Prata”, e desde então consolidou-se como uma das principais cantoras brasileiras em atividade.

É bicampeã do Grammy Latino, pelos álbuns: Qual o Assunto Que Mais Lhe Interessa?, lançado em 2008 e Balaio de Amor, 2009, na categoria Melhor Álbum de Raízes Brasileiras: Regional e Tropical. Em mais de 35 anos de carreira, Elba Ramalho vendeu mais de 10 milhões de discos.

Recebeu da Associação de Críticos de Arte de São Paulo prêmio de “Melhor Show do Ano”, em duas ocasiões: em 1989 pelo show Popular Brasileira e em 1996 pelo show Leão do Norte. Até hoje, por onde passa, leva o nome e a música da Paraíba dentro e fora do país.

Apesar do posicionamento conservador dos últimos anos, Elba foi uma das precursoras e ícone do movimento feminista nos anos 70.

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