Faz pouco mais de uma semana que o país sente os efeitos das mensagens publicadas pelo site The Intercept. As matérias do site só comprovam o que se desconfiava desde sempre: A operação Lava Jato foi uma farsa política. O discurso de imparcialidade que conseguiu convencer milhões de brasileiros, se desfez totalmente.
Até o momento, a defesa dos envolvidos diretos se contradiz em seu próprio discurso. A Rede Globo especialmente, tem tentado inverter a narrativa dos fatos, como se o foco principal fosse a divulgação de conversas privadas, e não o teor dessas conversas.
Na noite desta terça-feira (18), o The Intercept divulgou mais trechos dessas conversas privadas, o assunto envolve o ex presidente Fernando Henrique Cardoso e a tentativa de proteger um “aliado cujo apoio é importante”, nas palavras do próprio Moro.
A conversa teria ocorrido em 13 de abril de 2017, um dia após o Jornal Nacional veicular reportagem sobre suspeitas contra o ex-presidente. Na conversa com o chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, Moro questiona se as suspeitas contra o tucano eram “sérias” e questiona se supostas irregularidades cometidas por ele não estariam “mais do que prescritas”.
Em resposta, Dallagnol diz que a força-tarefa delegou o caso ao Ministério Público Federal de São Paulo “de propósito, talvez para passar recado de imparcialidade”. Moro responde: “Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante”. Depois da conversa com Moro, Dallagnol chegou inclusive a indagar outros procuradores da força-tarefa sobre o caso do tucano.
Tempestade em copo d’água
Nos últimos anos, FHC vinha se mantendo como aliado fiel da Lava Jato, defendendo o andamento das investigações mesmo quando elas atingiam membros de seu próprio partido. Depois que as primeiras conversas sugerindo desvios entre membros da Operação foram reveladas no início do mês, o ex-presidente chegou inclusive a minimizar o caso, que classificou como “tempestade em copo d’água”.
Nesse momento, o atual Ministro da Justiça presta esclarecimentos na CCJ do Senado e até esse momento, não conseguiu se decidir se as conversas não ocorreram, se foram vazadas, se não são importantes… ele simplesmente não consegue argumentos claros para se defender, pois de fato, não há defesa.
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