Pais da estudante Luiza Nascimento |
Foi sepultada na tarde desta segunda-feira no Cemitério de Inhaúma, Rio de Janeiro, a estudante Luiza Nascimento Braga, de 25 anos. O corpo de Luiza, estudante da Uerj, foi encontrado no último sábado já apresentando decomposição na casa do namorado, no bairro do Anil, na Zona Oeste do Rio. A Delegacia de Homicídios (DH Capital) instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do assassinato.
Os policiais civis trabalham com a possibilidade de envolvimento do namorado no crime e buscam imagens de câmeras. Ele é estudante do curso de História, também na Uerj, e ainda não foi encontrado. Tanto a família como os policiais tratam o estudante como principal suspeito de crime. Agentes da DH pediram para que o nome não fosse revelado.
No cemitério, aos jornalistas, o pai da estudante, o comerciário Luiz Antônio Pereira Braga, de 52 anos, e a mãe, a cuidadora de idosos Marli Rocha Raimundo do Nascimento, de 60 anos, revelaram que a filha tentava romper a relação. Luiz e Marli contaram que a filha dormiu na casa deles na segunda-feira. Na terça de manhã deixou o endereço dizendo que iria para a universidade.
Amigos do casal confirmaram que Luíza e o namorado almoçaram juntos no bandeijão.
— Ele falou comigo ao passar na minha mesa levando água. Estavam juntos no bandeijão — afirmou o estudante Eleomar Nepomuceno, de 39 anos, que cursava Ciências Sociais e era da turma de Luiza.
O pai, muito abalado, pediu Justiça.
— Ele tem que pagar pelo que fez. Minha filha namorava o rapaz há cerca de um ano. Há quatro meses ela passou a morar com ele. O relacionamento não estava bom. Ela disse que queria se separar. Eu espero que os policiais esclareçam o crime e que se faça Justiça. Ela era nossa filha única. É muita dor — disse o pai.
Luiz Antônio e parentes acreditam que o crime aconteceu na noite de terça ou na madrugada de quarta, quando a filha deixou de atender os telefonemas. Na quinta-feira, o celular da estudante voltou a ser usado, trocando mensagens por um aplicativo com o pai. Na comunicação, a estudante explicava que estava tudo bem. Família acredita que outra pessoa usava o aparelho que ainda não foi localizado.
— Sei que não era minha filha no aparelho. Conheço minha filha. Minha filha única. Alguém estava usando o celular dela — afirmou Luiz Antônio.
— (A notícia da morte) veio como um choque para a gente. Minha filha única, né? Mas ela cismou de morar com o namorado. Eles tinham terminado e voltado há pouco tempo. Ele tinha por ela um amor fora do normal — disse Marli, a mãe de Luiza, que não conseguiu mais falar com a filha depois da última quarta-feira.
Parentes da estudante já foram ouvidos pelos policiais da DH, mas o namorado continua desaparecido.
Amigos e parentes da universitária compartilham imagens do jovem nas redes sociais, pedindo que os internautas ajudem a descobrir o paradeiro dele. Uma amiga da vítima comentou que o rapaz não tinha família na cidade do Rio.
Na conversa entre o pai de Luiza e a jovem em aplicativo, estudante diz que estava enjoada por conta de uma gastrite e não poderia encontrar a mãe; família afirma que mensagens não pareciam dela
De acordo com o pai da estudante, Luiz Antonio Braga, existe outro indício para acreditar que o namorado dela tenha sido o autor do crime:
— Na quarta-feira, um colega na faculdade disse que ele estava muito nervoso e minha esposa não conseguia falar com ela desde quarta-feira. Achamos estranho, pois ela sempre nos retornava depois das aulas, no fim do dia. Estou sem chão. Não sei nem o que pensar. Ele acabou destruindo minha família. Ela era uma menina carinhosa, pessoa boa, cheia de sonhos — afirmou o pai da jovem.
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta como causa da morte hemorragia interna, com lesão de grandes vasos do pescoço. Os ferimentos, segundo revelaram os médicos, foram provocados por “ação pérfuro-cortante”.
Luiza Nascimento, encontrada morta no apartamento do namorado |
Luíza Nascimento Braga era estudante de Ciências Sociais da Uerj. Estava no oitavo período. Também fazia um curso de cinema na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio.
— Ela adorava cinema e fotografia. Chegou a cursar a escola Darcy Ribeiro. Chegou a participar de um filme na Cidade de Deus e tinha convites para fazer parte da produção de outro filme. Uma pessoa fantástica. Uma grande pessoa, sempre disposta a ajudar os colegas até na hora de redigir um trabalho — lembrou Eleomar.
do site Extra