A clássica imagem de homens dirigindo motocicletas tem perdido cada vez mais espaço nas ruas para mulheres que mostram que a paixão pela moto vai além de sentar na garupa do veículo. Ainda de forma gradual, as mulheres se reúnem em Manaus para dividir uma paixão: o amor pelas duas rodas.
Criado há cerca de um ano, o Moto Clube MotoGirls reúne 31 mulheres para pilotar pelas ruas e avenidas de Manaus. Segundo uma das diretoras do grupo, Larissa Nadjara, o objetivo do clube é reunir mulheres que gostam de pilotar e que se sintam incentivadas a assumirem o comando das motocicletas.
“A intenção de criar o MotoGirl foi de enfrentar o preconceito que existe entre alguns clubes de motoqueiros que não aceitam mulheres. Então, tivemos a iniciativa de criar um clube só para garotas até como uma forma de combater a discriminação que sofremos nas ruas”, afirma uma das diretoras do motoclube.
De acordo com uma das integrantes do grupo, a maior conquista para o motoclube das mulheres é a sensação de liberdade e empoderamento feminino. “O maior sentimento é o de liberdade, porque a partir do momento que a gente sai da garupa, realizamos um sonho de pilotar. Muitas de nós tínhamos medo de dirigir uma moto de alta cilindrada, pensávamos ‘ah, eu não consigo’, mas é tudo uma questão de autoestima”, afirma.
Paixão está no sangue
Foi observando os pais e familiares andarem de moto, que muitas das garotas do motoclube tiveram o primeiro contato com o universo das duas rodas. Influenciada pelo pai e tios, Sanmy Furtado conta que as motocicletas sempre estiveram presentes na sua vida desde a infância. “A minha paixão por motos está no sangue, toda a família do meu pai paterno roda de moto e alguns deles mechem com oficina, então, o meu contato com moto e a paixão pelas duas rodas se deu ainda quando criança”, afirma a integrante do grupo.
Apesar de motoqueiros estarem sempre associados ao visual mais pesado, como as jaquetas e luvas de couro, as mulheres do motoclube não perdem o toque feminino na direção das motocicletas. Vitória Sossai conta que quem pilota sempre vai enfrentar a fumaça dos carros e ônibus, mas a adrenalina nas duas rodas compensa.
“A gente tenta quebrar o estereótipo de que mulher que pilota não tem o toque feminino, mas é difícil conciliar o confortável, porque, por exemplo você não consegue andar de moto de saia. Mas todas nós buscamos aliar o conforto com o que fica bonito. Nós gostamos às vezes de estar de salto ou de tênis, sempre usando o que gostamos. Buscamos aliar os nossos toques femininos mesmo”, comenta a integrante do grupo.
217 mil mulheres habilitadas na categoria ‘A’
Segundo dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), o número de motocicletas vendidas no varejo tem crescido nos últimos anos, assim como o número de mulheres habilitadas. Em 2018, o número saltou de 851 mil unidades, em 2017, para mais de 940 mil motocicletas vendidas em 2019.
O grupo de motoclube das mulheres se reúnem em sábados alternados no posto BR da Av. das Torres, a partir das 20h. Quem quiser acompanhar as meninas pelas redes sociais pode seguir o instagram do motoclube @moto_girlsam.
Do O Tempo