Há cerca de um ano, o país assistia horrorizado a cenas gravadas por câmeras de segurança que mostravam a advogada sendo espancada e encurralada pelo marido, o professor Luis Felipe Manvailer, no elevador e na garagem do prédio em que moravam, em Guarapuava (PR). Na sequência do que se viu nas filmagens, Tatiane, segundo o Ministério Público, foi estrangulada e jogada da sacada pelo marido. Ela morreu no dia 22 de julho de 2018.
O que aconteceu de lá para cá? Manvailer foi preso preventivamente, virou réu num processo por homicídio, tendo o feminicídio como qualificador que aumenta a pena, e, em maio, a Justiça decidiu que o caso vai a júri popular –quando são cidadãos “normais” e não um juiz, que decidem se o réu é culpado ou inocente. O juiz, posteriormente, aplica a pena, caso ele seja considerado culpado.
“No tribunal do júri, a sociedade dá uma solução ao crime. Considero o da Tatiane emblemático. Tanto que foi criado o Dia do Combate ao Feminicídio no Paraná na data em que ela morreu “, diz a promotora Dúnia Serpa Rampazzo.
Ainda não há data para o julgamento, mas casos similares levam em média dois anos para serem concluídos. A promotora, que desde 2013 trabalha em casos de violência doméstica no MP, já tem os argumentos para provar ao júri a culpa de Manvailer. “O estrangulamento dela foi uma execução típica de feminicídio. Asfixiar é uma maneira de o homem mostrar sua superioridade física e subjugar a mulher”, diz.
Do Universa