Cinquenta anos depois da chegada do homem à Lua, a promessa da Agência Espacial Americana é levar mulheres ao satélite da Terra. Na segunda reportagem da série especial do Jornal Nacional, os correspondentes Sandra Coutinho e Lucas Louis acompanharam os treinamentos das astronautas.
O passo gigantesco para a humanidade – transmitido em telinhas em preto e branco – ficou conhecido como a chegada do homem à Lua.
Mas, se aquela missão histórica foi batizada de Apollo, a próxima aventura tripulada até o nosso satélite vai ter nome de mulher. A missão Artemis – a deusa grega gêmea de Apollo – deve decolar até 2024 e a Nasa já confirmou que a próxima astronauta a pisar na Lua vai ser uma mulher.
Sala de controle das missões da Nasa: é para onde os astronautas ligam quando eles têm algo a dizer como a famosa frase: “Houston, temos um problema”. Mas também para dividir o sucesso das missões.
É dali de onde partem as instruções sobre cada minuto do dia de cada astronauta no espaço como, por exemplo, a hora das refeições, a quantidade de exercício e até as experiências que eles vão fazer a cada dia.
Pela primeira vez, esse centro nervoso da Nasa é comandado por uma mulher. Além da diretora geral, Holly Riding, só outras 13 mulheres conquistaram o cargo de diretoras de voo – 15% do total.
Uma delas é Pooja Esrani, que já começou a sentir a diferença. “Pela primeira vez, encontrei fila no banheiro feminino”. Agora, ela quer controlar da Terra a próxima viagem à Lua.
“Um dos principais motivos da missão é botar uma mulher na Lua porque nunca estivemos lá. Será um exemplo para as futuras gerações”.
A decisão de escalar mulheres também tem uma explicação científica. A escritora Kate Greene passou quatro meses confinada numa réplica de um módulo espacial no Havaí, em 2013.
Ao monitorar o consumo de comida dos três homens e das três mulheres que participaram da experiência, Kate descobriu que eles precisavam de 3.600 calorias por dia. Elas, de apenas 1.400.
“Uma viagem de ida e volta para Marte levaria três anos. Carregar menos comida representa uma economia enorme em peso e volume. Se for só pelo metabolismo, faria mais sentido levar uma tripulação toda feminina para Marte”.
Enquanto esse dia não chega, o jeito é se concentrar nas missões até a Estação Espacial Internacional, que orbita a Terra há 20 anos.
Um módulo tem a melhor vista de toda a Estação Espacial Internacional. É o único que tem janelas para todos os lados. Na verdade, o astronauta fica de cabeça para baixo e tem uma vista privilegiada para a Terra. No simulador, é hora de usar um braço robótico para capturar o módulo dragão, que está se aproximando trazendo suprimentos para a Estação Espacial Internacional.
Por trás de toda a programação do braço robótico, uma equipe 100% feminina. Várias mulheres também já operaram o equipamento para valer, lá no espaço.
Do G1