Mulheres do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) realizaram um protesto no início da noite desta sexta-feira (19) no restaurante Underdog, na zona oeste de São Paulo.
O estabelecimento se envolveu em uma polêmica na última semana após compartilhar em uma rede social dois vídeos acusados de fazer apologia à violência contra a mulher.
Ambos foram retirados do ar. O objetivo da ação foi repudiar as gravações e clamar pelo fim da violência contra a mulher, que “não é e jamais será uma piada”, afirmam.
Durante o ato, entoaram frases como “a violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer” e levantaram cartazes onde se lia “a violência contra a mulher não acontece só dentro de casa”.
O protesto reflete uma mudança no perfil das ações do MTST, geralmente focadas em educação. Em julho, protestaram dentro de uma loja da Havan em São Paulo contra o dono da rede, Luciano Hang, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Na primeira gravação do Underdog, um cliente reclama que o hambúrguer pedido está muito salgado. O funcionário se dirige à cozinha e agride a tapas a funcionária responsável pelo prato, que grita: “calma, calma!”. No vídeo seguinte, a mulher aparece com o olho roxo enquanto salga um novo hambúrguer.
Após a repercussão negativa, Santi Roig, dono do estabelecimento, afirmou que o Underdog “sempre usou sátira, sarcasmo, humor negro” em seus vídeos e que a intenção deste não foi “mostrar que bater em mulher é legal”.
O objetivo, diz ele, era fazer uma sátira mostrando um chef bipolar, “que trata o cliente com risadinha falsa e chega na cozinha e senta a porrada no staff”.
O homem também criticou o “exército de blogueiras e youtubers”, defendeu a liberdade de expressão e disse que “acha engraçado quem quer, assiste quem quer”.
Da Folha de SP