Rosilene Santiago e seu filho |
Por onde começamos?
Se formos partir do princípio que o Rio de Janeiro é violento e que oferece risco para uma criança, devemos entender que isso deve ser aplicado à TODAS as crianças, correto? Não tenho um levantamento oficial, mas creio que exista mais de uma criança morando naquela região. Ironias à parte, vamos para o segundo ponto:
O juiz também alega que o menino necessita de um exemplo paterno, por ser do sexo masculino. Antes de mais nada, vamos deixar claro que crianças precisam ser cuidadas e criadas por adultos responsáveis e amorosos. Nada impede, nem a lei, que filhos pequenos morem com o pai, se esse se mostrar com mais condições emocionais, físicas, estruturais e financeiras, que se coloque a saúde física, mental e emocional das crianças como prioridade, e que todas as partes envolvidas estejam de acordo. Mas esse não aprece ser o caso.
Essa justificativa extremamente machista abre um precedente muito perigoso no que diz respeito à guarda de filhos menores. Não existe denúncia de violência contra a criança, maus tratos, abandono material e emocional, alienação parental, ou qualquer outro argumento juridicamente válido.
O caso todo é nebuloso e cheio de contradições por parte do pai. O mesmo recurso já foi recusado em outra ocasião. O que gera mais medo e indignação, é o fato do cenário nacional favorecer esse tipo de decisão.
Se o juiz estivesse assim tão preocupado com a falta de “exemplo paterno”, deveria cuidar das mais de 5 milhões de crianças brasileiras que não possuem o nome do pai no registro de nascimento.
Taty Valéria