O Grupo de Trabalho sobre Mulheres e o Mercado de Trabalho em Pernambuco iniciou a sistematização de alternativas no âmbito do governo estadual para ampliar a inserção das mulheres no mercado de trabalho. No próximo mês o grupo começa a ouvir os diversos setores da sociedade civil. A ideia é elaborar um diagnóstico e construir alternativas para a inclusão e a valorização das mulheres no setor produtivo. O GT realizou nesta segunda-feira (22) a sua primeira reunião oficial, sob coordenação da vice-governadora Luciana Santos.
“Crescimento e desenvolvimento são palavras que não existem no vocabulário do governo federal. Pernambuco luta para não se contaminar por esse ambiente. Aqui, o governador assumiu o compromisso de firmar um pacto pelo emprego e conversamos para ter um recorte de gênero. Porque há duas questões que são condição necessária para a busca por igualdade, uma é a autonomia financeira, outra o combate à cultura machista”, disse Luciana.
De acordo com ela, o GT pretende ouvir a sociedade, articular estudos e experiências e construir coletivamente caminhos para a inclusão e valorização das mulheres no setor produtivo. “Teremos reuniões com as forças vivas e com os atores reais da geração de riquezas. Vamos beber da fonte para construir um plano de ação”, indicou.
Diretor geral do ProRural e suplente de Luciana na coordenação do GT, Márcio Stefanni também ressaltou a importância de envolver todos nos debates. Nesse sentido, ele destacou a presença das deputadas Dulcicleide Amorim, Jô Cavalcanti e Kátia Cunha (Juntas) na reunião.
“Um pacto é algo que não pode ser só do Executivo. Um pacto precisa ser da sociedade, uma construção coletiva. O povo quer cidadania, e não há cidadania sem emprego e renda. Temos que ir à sociedade escutar. É essencial ouvir nossos técnicos, mas também os detentores do capital e o povo. A experiência nos mostra que o povo sabe o melhor caminho. O governo federal tem sido um dificultador, mas vamos sentar à mesa com todos e encontrar o melhor caminho”, afirmou.
Cenário
No encontro, foram apresentados dados sobre a situação das mulheres no estado e os programas já desenvolvidos pelo governo. Em Pernambuco, a taxa de participação na força de trabalho, das pessoas de 14 anos ou mais, é de 55 % da população total. Desses, 66 % são homens e 44 % são mulheres. O rendimento médio dos homens é 12,4% maior que o das mulheres.
Além disso, os empregos para mulheres estão concentrados no setor de serviços (72%), ao passo que a indústria representa apenas 7,6% dos empregos femininos.
Pernambuco possui 380 mil donas de pequenos negócios. Grande parte delas (88%) desenvolvem atividades por conta própria e 11,5% são empregadoras. Entre essas empreendedoras, 79% não possuem CNPJ e 63% recebem até 1 salário mínimo.
O GT foi instituído pelo Decreto Nº 47.386/2019, assinado em abril por Luciana Santos, no exercício do governo. O objetivo é avaliar as atividades econômicas no Estado e contribuir para construção do Pacto pelo Emprego, fortalecendo a presença das mulheres no mundo do trabalho.
O grupo deverá se reunir uma vez por mês, podendo, conforme demanda interna, realizar reuniões extraordinários. O próximo encontro ocorrerá no dia 5 de agosto. A meta é realizar levantamento e caracterização das atividades econômicas do Estado e das oportunidades existentes para as mulheres, realizando fóruns de debates específicos, em parceria com a sociedade civil e o setor produtivo.
Coordenado pela vice-governadora, o GT é composto por representantes das secretarias de Planejamento e Gestão, da Cultura, da Mulher, de Ciência, Tecnologia e Inovação, de Desenvolvimento Econômico, de Trabalho, Emprego e Qualificação e da Fazenda.
Da Folha de PE