As mulheres esperam mudanças significativas no ambiente de trabalho, aponta pesquisa Women at Work, realizada pela organização inglesa Friends Provident Foundation. Conduzida com 150 mulheres, dos 20 aos 70 anos de idade, a pesquisa questiona o que elas esperam das companhias do futuro, elucidando o que fariam de diferente para criar ambientes de trabalho melhores e mais equalitários.
De acordo com o material, avanços só acontecerão se houver uma mudança significativa dentro das companhias. Por mais que ações em prol da inclusão tenham ganhado força ao longo dos últimos anos, Deborah Hargreaves, jornalista que liderou a pesquisa, acredita que muitas dessas iniciativas são o mesmo que “aparar arestas”. Por isso, sugere algumas mudanças.
Dentre elas, uma alteração definitiva no pensamento que somente mulheres são responsáveis pelas pessoas (filhos, parceiros, parentes, etc.). Para Deborah, esse pensamento tem atrapalhado o avanço feminino ao redor do mundo. E a questão deve ficar ainda mais séria ao longo dos próximos anos, com o envelhecimento da sociedade. “Afinal, você pode escolher ter filhos, mas não escolhe ter pais”, diz Deborah na pesquisa.
“Para fazer uma mudança dessa natureza, a sociedade terá que repensar as suas crenças e preconceitos sobre tudo relacionado ao trabalho”, afirma. Para isso, acredita que a tecnologia – a inteligência artificial, em especial – será importante na nova realidade. “Por que não usar as novas tecnologias para criar ambientes de trabalho mais humanos?”.
Segundo Deborah, as empresas do futuro terão uma série de características. “Como mulheres, nós temos que nos recusar a aceitar promessas vazias. Alguns homens podem sair perdendo com isso, mas garanto que nós estamos perdendo há mais tempo.”
Abaixo, confira dez mudanças que as mulheres abordadas na pesquisa esperam para o futuro:
1. A organização terá “espaços de cuidado” exclusivos para funcionários deixarem filhos, pais e parentes.
2. A empresa oferecerá benefícios que incluem cuidadores para pessoas mais velhas da família.
3. A companhia vai incluir em seus benefícios subsidio para creches e babás.
4. A empresa terá horários de trabalho mais flexíveis, incluindo uma rotina de apenas quatro dias de trabalho no escritório, combinado com home-office para a realização de tarefas.
5. O trabalho será aberto e inclusivo à diversidade de gênero, raça, religião, faixa etária, sexo, convicção política, nacionalidade, estado civil, orientação sexual, condição física, etc.
6. Não haverá desigualdade salarial entre homens e mulheres.
7. Equidade de gênero será promovida em todas as áreas da empresa, dos cargos menores aos níveis de diretoria.
8. O conselho terá exatamente o mesmo número de homens e mulheres.
9. As organizações encorajarão os funcionários a atingir objetivos mais éticos, menos focados em lucro e crescimento.
10. Bonificações vão acontecer com base nos valores do negócio, em vez de somente performance individual.
Da Época