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Segure o coração e a indignação.
Em outubro de 1994, Jairo Narciso foi até uma delegacia e comunicou que sua esposa, Luizinete Militão, então com 28 anos, havia fugido a casa e o deixado sozinho com dois filhos pequenos. No Boletim de Ocorrência, Jairo se coloca como “vítima de abandono”.
Quase 25 anos depois, um idoso Jairo procura uma delegacia de Sinop, a 503 km de Cuiabá, e finalmente revela o verdadeiro paradeiro da esposa. Jairo afirmou à polícia que matou a mulher porque não aceitava a separação. O homem golpeou a vítima com uma barra de ferro e, ao perceber que ela não havia morrido, a asfixiou. Junto com o corpo, ele enterrou joias e os documentos pessoais da vítima para simular que ela havia fugido de casa.
O crime teria ocorrido na residência do casal. Como o imóvel foi vendido, a polícia aguarda a proprietária voltar de uma viagem para fazer a escavação a fim de constatar se realmente os restos mortais estão no local. Um pedido de autorização para o procedimento foi encaminhado à Justiça.
Jairo resolveu contar a verdadeira história do assassinato da sua esposa por acreditar que o crime havia prescrito e por isso não seria preso. Mas o crime de ocultação de cadáver continua valendo, e ele pode ser indiciado.
Durante quase 25 anos, duas crianças se tornaram adultas acreditando terem sido abandonadas pela mãe. A mãe e as irmãs de Luzinete passaram quase 25 anos na angústia uma ente que fugiu e que jamais deu notícias.
Os crimes cometidos contra as mulheres às vezes extrapolam até os mais baixos limites.
do G1/MT