Os bebês José Miguel e Murillo Henrique, que haviam sido trocados após o nascimento no Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), em 9 de julho, foram devolvidos aos seus pais biológicos nesta quinta-feira (dia 1º), após a divulgação dos exames de DNA que comprovaram a troca.
Segundo as investigações iniciais da Polícia Civil, os meninos foram entregues às mães erradas logo após o primeiro banho deles.
O casal Aline Alves e Murillo Lobo foi o primeiro a chegar com um dos bebês à delegacia de Trindade, onde oficialmente foi divulgado o resultado do DNA. Em seguida, apareceu o casal Pauliana Maciel e Genésio Vieira, com o outro.
A devolução aconteceu por volta das 19h desta quinta e foi marcada por muita emoção de Aline e Pauliana. As duas choraram muito e foram amparadas por familiares. Os maridos pegaram os bebês dos braços de suas respectivas esposas e, em seguida, entregaram às mães biológicas. Depois, foram até uma sala para concluir os procedimentos legais.
Nos últimos dias, as duas famílias estavam morando juntas na casa de Pauliana, em Trindade, para facilitar a transição e eventual devolução dos bebês, caso o exame de DNA apontasse que de fato havia ocorrido a troca. Uma mãe estava ajudado a outra nas tarefas com os dois meninos.
“Com o DNA, não há mais dúvida do erro, e foi feita a destroca. Mas isso não encerra nosso trabalho. Vamos ouvir mais pessoas. Um dos bebês chegou a ser registrado, então isso ainda precisa ser cancelado. Mas nossa preocupação agora é com o psicológico dessas famílias”, disse a delegada Renata Vieira.
Após a abertura do resultado dos exames, o delegado André Fernandes comentou sobre o suporte que dever ser dado às famílias.
“Desde o início, nossa preocupação foi com a parte emocional dessas famílias. Uma das avós disse que que o sentimento é como o de um velório. Agora, vamos continuar dando o apoio a essas famílias e seguindo com a investigação”, afirmou Fernandes.
Investigação segue mesmo após a destroca dos bebês, em Trindade
Irmã de Aline e tia de uma das crianças, Amanda Fátima Bueno comentou: “Vamos assimilar a situação. Agora temos dois bebês. O amor não divide, multiplica”.
Por volta das 19h50, os casais saíram com os bebês da delegacia.
“Foi um sentimento de alívio e perda. Hoje, cada família vai para sua casa com seu filho biológico. Mas eles vão continuar convivendo. Porque as mães têm amor pelas crianças, mesmo não sendo biológicos, mas foi um sentimento muito forte”, disse o advogado Sérgio Flausino.
Murilo e Aline moram em Santa Bárbara de Goiás, a 27 Km de Trindade, mas devem passar a noite desta quinta na casa de parentes em Goiânia.
A assessoria do Hutrin informou “que foi a instituição que passou à autoridade policial os resultados dos exames de DNA”. Afirmou ainda que “não iria mais comentar o assunto por considerá-lo encerrado, cabendo a polícia relatar quem de fato foi responsável pela troca dos bebês”.
A suspeita de que algo estava errado partiu de Genésio e Pauliana. Segundo o advogado deles, Alaor Mendanha, o casal percebeu que o bebê não se parecia com eles e fez, por conta própria, um exame de DNA, que comprovou que o recém-nascido não era filho biológico de nenhum dos dois.
O casal registrou o caso na Polícia Civil. A suspeita da troca se espalhou rapidamente. Assim, Aline e Murillo, que tiveram filho na mesma data e que estavam no mesmo quarto, procuraram a delegacia.
O Hutrin reconheceu inicialmente a troca e informou que passou a manter contato com as famílias. No entanto, funcionários da unidade que prestaram depoimento nesta quarta-feira (31) negaram que tenham cometido qualquer erro que pudesse ter levado à troca dos bebês.
Do G1