Treze anos depois, mulheres ainda lutam pela efetivação da Lei Maria da Penha

By 13 de agosto de 2019Brasil


Indígenas, negras e transexuais do Amazonas elaboraram nesta segunda-feira (12) dez medidas para a efetivação da Lei Maria da Penha (LMP) no Amazonas, durante o Seminário “A Lei é Para Todas – A aplicação da Lei Maria da Penha”.

O objetivo do seminário realizado na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) era a elaboração de um documento com recomendações para a criação de políticas públicas visando o alcance efetivo da LMP para as mulheres indígenas, negras e transexuais.

O evento foi promovido pela Defensoria Pública do Estado (DPE-AM), pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), e a Comissão da Mulher, da Família e do Idoso da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM).

Veja as sugestões abaixo:

Inclusão de dados sobre identidade de gênero, raça, etnia, classe social e crime de LGBTIfobia nos registros de atendimento das vítimas nas delegacias e sistema de Saúde;

Oferta de formação continuada para servidores das delegacias e rede de Saúde a fim de evitar violações de direitos humanos;

Ampliação do alcance da LMP para outros tipos de violência de gênero que não a doméstica e familiar;

Programa para capacitação continuada de indígenas sobre a LMP em tribos do entorno de Manaus;

Elaboração de cartilha informativa com tradução para línguas indígenas;

Inclusão do Nome Social nos registros de atendimentos do Instituto Médico Legal (IML);

Abordagens educativas para mulheres em situação de prostituição;

Oferta de capacitação sobre a produção de provas que ajudem as vítimas em processos da Lei Maria da Penha;

Campanha em bairros e comunidades para que órgãos públicos informem à população sobre a LMP;

Elaboração de regulamentação normativa, por parte do Poder Executivo, garantido recursos para a execução das sugestões de políticas públicas buscando a efetivação da Lei Maria da Penha.

As ideias serão agora recebidas pela Defensoria Pública, Sejusc e Comissão da Mulher/ALE-AM para servir como base na criação de novos projetos e políticas públicas que assegurem os direitos das mulheres e as protejam no Amazonas.

Para a defensora pública Pollyana Vieira, que coordena o Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem/DPE-AM), o evento serviu para dar voz a mulheres de grupos invisibilizados, como são as negras, indígenas e transexuais.

“O feminismo interseccional defende o lugar de fala das mulheres. Nós não podemos falar por elas, que possuem seus históricos e particularidades culturais, porém, não as víamos em eventos para discutir a Lei Maria da Penha”, ressaltou a defensora.

Do G1AM

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