Machismo no Judiciário! Promotor que pediu laqueaduras de mulheres pobres tem pena ínfima de 15 dias de suspensão

By 15 de agosto de 2019Machismo mata


Passado mais de um ano que um promotor ajuizou ações pedindo a laqueadura de mulheres pobres, o Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça do MP-SP decidiu puni-lo. A pena: uma suspensão de 15 dias, sem remuneração.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o colegiado se reuniu nesta quarta (14/8) e, por maioria de votos, entendeu que o promotor infringiu a Lei Orgânica do MP por não “desempenhar com zelo e presteza suas atribuições”.

Inicialmente, a corregedoria pediu punição de 30 dias, mas a turma votou por uma sanção mais leve. Segundo a reportagem, depois do julgamento, a defesa do promotor afirmou estar satisfeita com o resultado.

O relatório da investigação, assinado pelo procurador Marcio Sergio Christino, aponta que o promotor agiu da mesma forma contra outras quatro mulheres da cidade. O ponto comum: todas pobres e viciadas em algum tipo substância química, informou o jornal.

Usuária de drogas

O caso ganhou repercussão em junho de 2018, quando um juiz que determinou laqueadura em uma usuária de drogas em Mococa, no interior de São Paulo.

O pedido foi feito pelo promotor Frederico Liserre Barrufini, e acolhido pelo juiz Djalma Moreira Gomes Júnior, que assinou liminar em junho de 2017, obrigando o município a arcar com a cirurgia, sob pena de multa diária de R$ 100. A decisão diz que a mulher confirmou o interesse.

O procedimento chegou a ser suspenso porque, à época, ela estava na sexta gravidez. O Tribunal de Justiça de São Paulo chegou a cassar a ordem em maio de 2018, quando o procedimento já havia sido feito, e determinou que as corregedorias do judiciário paulista e do MP-SP analisassem a conduta dos envolvidos.

Do Consultor Jurídico

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