Atenção, meninas! Confira os sete mitos e verdades sobre a virgindade

By 16 de agosto de 2019Brasil

A perda da virgindade feminina é um dos maiores tabus da sociedade, uma vez que marca o início da vida sexual das mulheres, sobre a qual ainda há muita cobrança e pressão do que em relação aos homens. A desinformação normalmente começa cedo. Assim como ocorreu quando elas eram crianças e adolescentes, mães, avós e tias, por exemplo, começam a dizer às meninas que o processo envolve dor e sangramento e por isso precisa ser postergado e romantizado.

Para entender melhor este momento, as mudanças que ocorrem no corpo e pensamento da mulher, o Folha Vitória conversou com a fisioterapeuta pélvica Thaís Págio, que desmistifica a perda da virgindade feminina. “Essas ‘lendas’ deveriam ser extintas, porque hoje há muito mais acesso à informação. Mas acredito que essa questão cultural devagar está sendo quebrada, pois as novas gerações estão conseguindo ver melhor o que de fato acontece, deixando esses mitos ligados ao machismo mais de lado”, comenta.

A fisioterapeuta pélvica Thaís Págio, esclarece os principais mitos sobre a perda da virgindade nas mulheres.

Sangramento

O normal é não sangrar, porque o assoalho pélvico tem flexibilidade para se adaptar à relação. Quando há sangramento significa que a mulher tenciona muito o assoalho pélvico e não consegue se lubrificar direito. Então a fricção do pênis com a parede do canal vaginal, sem boa lubrificação e com a tensão, lesiona os capilares (vasinhos) provocando o sangramento. O certo é não sangrar.

Dor

O normal é não doer. O hímen é um tecido que, na infância, protege a mulher de infecções, já que ela não tem a produção suficiente de hormônio para a proteção. Com o tempo e a puberdade, ele fica bem fininho e na hora da relação só termina de se romper. É um tecido pouco enervado e pouco vascularizado, então o seu rompimento não dói e nem causa sangramento. O que dói é a mulher ficar tensa no momento, travar a musculatura e, em vez de sentir prazer, acaba tendo uma relação dolorida porque alguém falou com ela que dói, deixando-a tensa e sem conseguir se entregar àquele momento.

Perder a virgindade faz a mulher encorpar

As mudanças que ocorrem no corpo das mulheres são pelas alterações hormonais e não porque ela está tendo uma vida sexual ativa. O que pode influenciar no ganho de peso e na absorção de líquidos são os anticoncepcionais. Não tem nada a ver com ter perdido a virgindade.

Ter várias relações muda a vagina

A mulher não terá essa sensação de vagina larga se tiver várias relações. Vamos lembrar que os músculos foram criados para se adaptar um parto. O que leva a, talvez, ter essa sensação é o sobrepeso acima do assoalho pélvico, atividades físicas de alto impacto, envelhecimento por conta da deficiência de colágeno ou obesidade. Jamais pela via de parto e pela quantidade de relações.

Não é possível ter orgasmo na primeira vez

É possível sim ter orgasmo na primeira relação, principalmente para as mulheres que conhecem seu corpo. Elas podem até ter orgasmo sem nem ter tido relação, com pensamentos ou sonhos. É algo comum.

Tem como recuperar o hímen?

Não. Existe uma cirurgia chamada himenoplastia, que reconstrói o hímen. Mas para que uma mulher vai se expor a uma cirurgia para costurar as membranas do canal vaginal para se sentir virgem de novo se não é ele que define a virgindade? A virgindade consiste na decisão que você toma de iniciar uma vida sexual ativa e de ter consciência das responsabilidades dos seus atos no tocante à prevenção de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) ou de evitar uma gravidez indesejada, por exemplo. Tem que se parar de endeusar o hímen. O hímen não serve para indicar virgindade.

Disfunções sexuais podem ser identificadas na primeira relação

Verdade. Disfunções como o vaginismo, por exemplo, podem ser identificadas já na primeira relação, pois mulheres vagínicas não conseguem finalizar a relação por sentir muita dor. Caso a mulher sinta uma dor grande e não consiga ter penetração já é importante se consultar com uma fisioterapeuta pélvica para avaliação. Não é normal sentir dor.

Da Folha Vitória

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