Uma jovem de 18 anos que mora em Araguaína e pediu para não ser identificada falou ao Jornal Anhanguera 2ª Edição sobre o pesadelo que viveu por 10 anos na infância. Ela foi abusada sexualmente pelo próprio pai e chegou a ficar grávida dele. Só quando tinha 15 anos é que conseguiu, com a ajuda de uma amiga, fazer a denúncia. Ela conta que chegou a pensar em morrer para fugir da situação.
Ela não teve a criança fruto dos abusos porque perdeu o bebê antes que ele nascesse. Na época, tinha 12 anos de idade.
A vítima diz que gostaria de ter feito a denúncia mais cedo. “Se eu tivesse feito antes teria sido melhor ainda, porque eu tinha acabado com o meu sofrimento mais cedo, né”.
Casos como o dela são cada dia mais comuns no Tocantins. Segundo dados divulgados pelo Poder Judiciário, mais de 2,5 mil pessoas foram condenadas por casos de violência doméstica e feminicídio entre janeiro de 2018 e agosto de 2019 no estado.
Só em Araguaína, onde a jovem vítima do próprio pai mora, foram 430 boletins de ocorrência e 315 medidas protetivas no primeiro semestre de 2019.
“Isso significa que a mulher hoje tem mais conhecimento dos seus direitos e procura o sistema de Justiça para que o agressor seja punido e para que também seja concedida para ela principalmente as medidas protetivas de urgência”, diz a delegada Ana Maria Varjal.
Atualmente, 6.498 casos do tipo ainda aguardam julgamento no Tocantins. Esta semana um mutirão para tentar acelerar as audiências está sendo realizado pelo Poder Judiciário
do G1/TO