“Ele não aceitava a separação”.
Depois dessa frase, sempre vem um relato de violência grave. Um homem que não aceita a separação é uma ameaça real. O risco de agressões que uma mulher corre depois de dizer que quer se separar, e o homem não aceita, deve ser levado em consideração com a seriedade que o tema exige.
Mas existe algo pior que ser espancada? Ter ácido jogado em seu rosto? Morrer? Existe sim, existe algo ainda pior que isso tudo junto.
Uma mulher, que não teve o nome revelado, saiu pra trabalhar na última terça-feira (18) e deixou o filho, de apenas dois anos, aos cuidados do pai, Evandro Santos de Araújo, 34 anos. Ao chegar em casa, por volta das 18h, a mulher se deparou com o pior pesadelo de qualquer mãe. Encontrou o filho morto. A criança foi assassinada pelo pai, que em seguida se matou. O casal estava cogitando se separar, mas o marido não aceitava.
No armário da cozinha na residência, policiais encontraram o celular do autor e uma carta deixada por ele, que dizia: “você não se arrependeu, mas vai sentir arrependimento agora como eu senti… Aprenda a ter respeito… Decisão e consequência”.
Quando os PMs chegaram ao local, já havia uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atestara a morte dos dois e atendia a mãe da criança, ainda muito abalada com o ocorrido.
Em outro caso, na Grande Curitiba, no Paraná, na madrugada de 16 de junho deste ano, um menino de 4 anos foi morto pelo pai, que em seguida se suicidou.
Segundo a Polícia Civil do Paraná, Neri da Rosa, de 37 anos, não aceitava o término de seu relacionamento com a mãe da criança. Com base num bilhete que ele teria deixado, a motivação do crime foi apontada como vingança. O menino foi esganado enquanto dormia em seu quarto.
Uma doença chamada machismo, que agride, mutila e massacra mulheres e crianças.