Janicleia Soares, advogada |
Janicleia tinha 14 anos em 1996 e viu o pai ser assassinado. Jaime Barbosa Soares levou um tiro no rosto de Adão Gonçalves da Silva, que era seu funcionário. Adão fugiu depois do crime e nunca mais foi visto. O caso aconteceu na cidade de Curaçá, interior baiano.
Janicleia fez uma promessa à memória do pai: iria fazer o possível para que houvesse justiça.
A menina cresceu e se formou em Direito em 2012. No ano seguinte, procurou o Ministério Público da Bahia (MP-BA) para saber sobre o processo criminal envolvendo o pai. Descobriu que depois de tantos anos, o prazo para julgamento não tinha vencido, porque o suspeito sequer tinha sido ouvido pela polícia.
“Apesar de tantos mandados de prisão dentro do processo, esses mandados não tinham condições de ir para o banco de dados nacional, porque não tinha nem a qualificação completa dele”, explicou Janicleia.
Diante da situação, a advogada se habilitou como assistente de acusação no MP-BA.
Nesta semana, mais de 20 anos depois, Janicleia atuou no julgamento que condenou o homem acusado pelo assassinato do seu pai. Adão Gonçalves foi condenado a 16 anos e quatro meses de prisão em regime fechado.
Jaime Soares. E a luta pela memória de um pai. |
“A promessa que eu fiz no dia da morte dele, no caixão dele, de que a pessoa que cometeu aquele crime iria pagar, iria ser condenado… E ele foi condenado apesar do tempo. Mas a sensação não poderia ser melhor, uma das melhores noites que tive de sono. Botei a cabeça no travesseiro em paz”, disse a advogada, que no júri atuou como assistente de acusação.
Após a condenação, Adão Gonçalves da Silva seguiu para o presídio Juazeiro.
Lute como Janicleia.
Com informações do G1/BA