Em discurso de cerca de 30 minutos no Congresso Nacional, onde esteve pela 1ª vez desde o impeachment, a ex-presidente Dillma Rousseff (PT) chamou o governo Bolsonaro de “neofascista”. Segundo Dilma, a gestão do presidente não tem compromisso com a nação nem com a soberania do país.
“Hoje em dia nós vivemos com a consciência de que este país, que havia resistido por quatro eleições presidenciais consecutivas, resistido ao neoliberalismo, hoje vê que foi necessário o surgimento de um governo neofascista para implantar o neoliberalismo”, afirmou.
“Esse grupo que está no poder não tem o menor compromisso com a nação, portanto, não tem compromisso com a soberania”, completou Dilma.
A ex-presidente criticou também a atuação da Operação Lava Jato que, segundo ela, desmontou a imagem da Petrobras para atender interesses econômicos estrangeiros.
“É importante a gente notar que o processo de desmonte da imagem da Petrobras tem a ver também com o ataque da Lava Jato. A Lava Jato é responsável também por ferir economicamente as empresas nacionais, sobretudo a Petrobras”, argumentou.
“A privatização das estatais não é privatização coisa nenhuma, é desnacionalização, principalmente as maiores. A Petrobras não será privatizada, mas desnacionalizada. Não há no Brasil capital suficiente para comprar e desenvolver a Petrobras”, concluiu Dilma.
Criação de frente parlamentar
O evento foi marcado por gritos de “Lula livre” e “fora Bolsonaro”. Os manifestantes ainda fizeram, a pedido do bispo Dom Evaristo Pascoal, um minuto de silêncio em razão do aumento das queimadas na Amazônia.
No encontro foi lançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional. O grupo será presidido pela senadora Zenaide Maia (PROS-RN) e coordenado pelo deputado e ex-ministro do Desenvolvimento Social do governo Lula, deputado Patrus Ananias (PT-MG).
A criação de um projeto em “defesa da soberania nacional” foi articulada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba após ser condenado na Lava Jato.