Os prints de conversas de um grupo de whatsapp com mensagens de ódio e ameaças de morte circularam por toda Paraíba e deixou a internet em polvorosa. Intitulado “Alemanha Neonazista”, o grupo era da cidade de Cajazeiras e seus integrantes são alunos do 3º ano da Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo.
“Então me provem que são dignos de mais uma vez servir o exército do nosso grande líder supremo Hitler”.
“Prestem atenção, pedaços de lixo, se quiserem servir a mais uma vez ao nosso majestoso líder supremo terão que matar a maior quantidade de negro, judeu e cigano que puder em 48 horas”.
Esses trechos de duas conversas foram retiradas de um dos prints e realmente assustam. Também surgiram boatos de que um dos alunos estava armado.
As conversas ainda revelam ameaças a um estudante que resolveu deixar o grupo. “Eu sei onde você mora, eu sei onde você estuda, eu não faria isso”, diz um dos prints, dessa vez de uma conversa privada.
Mãe relata desespero
Um áudio também supostamente gravado por uma das mães faz um relato emocionante do desespero que tomou conta da escola onde estudam alguns dos jovens. “O colégio está um fuzuê. Duas viaturas da Polícia paradas na frente. Não estou nem acreditando que estamos vivenciando isso. Todos transtornados. O menino vai ser transferido. Não desejo isso a nenhuma mãe”, lamentou.
No final, nada passou de uma brincadeira feita com o objetivo de “trollar” os amigos. Ou não.
A redação entrou e contato com o Delegado Francisco Filho, da Delegacia de Polícia Civil de Cajazeiras. Ele confirmou que o grupo foi criado e destruído em menos de dois dias.
“De acordo com os alunos, tudo não passou de uma brincadeira de mal gosto. Fomos até à escola, conversamos com os pais e com os alunos. Não havia revólver, faca, ou qualquer tipo de arma. Também não havia intenção de machucar ninguém”, afirmou o delegado, que reafirmou a conversa com os pais.
“Inclusive um dos meninos foi até à escola acompanhado do pai, para deixar claro que tudo foi feito só pra ‘trollar’ o colega, e nada mais”.
De qualquer modo, o delegado Francisco abriu procedimento para ouvir todos os envolvidos no caso. “Vamos fazer comparativos das conversas no grupo e no privado e apurar realmente qual era a intenção. Apesar da confirmação de que tudo foi uma brincadeira, precisamos ter certeza disso, e a investigação vai continuar até esclarecermos tudo”.
Taty Valéria