Megan Rapinoe: o poder |
A americana Megan Rapinoe, 34 anos, foi eleita a melhor jogadora do mundo pela FIFA nesta semana, no evento The Best, que premiou os melhores da temporada em Milão, na Itália. Campeã do mundo pelos Estados Unidos, Rapinoe superou a compatriota Alex Morgan e a britânica Lucy Bronze. Entre os homens, Lionel Messi saiu com o prêmio principal, deixando Van Dijk, do Liverpool, e Cristiano Ronaldo, da Juventus, em segundo e terceiro lugares. O brasileiro Alisson também saiu vencedor como melhor goleiro do ano.
No discurso da vitória, Rapinoe destacou a valorização do futebol feminino, que teve um ano atípico com o Mundial mais assistido de todos os tempos. “Vocês que começaram a assistir agora estão um pouco atrasados para a festa, mas vou perdoá-los”, começou. Ela lembrou dos casos de racismo vividos pelo inglês Raheem Sterling, do Manchester City, e pelo senegalês Kalidou Koulibaly, do Napoli, além da garota iraniana Sahar Khodayari que se suicidou ateando fogo ao próprio corpo após ser presa tentando assistir à uma partida de futebol em seu país, e das “incontáveis jogadoras LGBT que lutam todos os dias”. “Essas histórias me inspiram e me entristecem”, afirmou a jogadora. “Seria excelente se todos se posicionassem contra racismo, homofobia e a favor da igualdade salarial. Temos a oportunidade no futebol de usar esse jogo para mudar o mundo para melhor”.
Antes de anunciar o prêmio para Rapinoe, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, anunciou que a partir de agora as mulheres estão autorizadas a assistirem partidas de futebol no Irã. A proibição, que durava 37 anos, foi parcialmente contornada ano passado, quando o Governo autorizou as mulheres a assistirem no estádio um jogo da seleção iraniana na Copa transmitido no telão. Em março de 2019, porém, a torcedora Khodayari, 29 anos, se disfarçou de homem para assistir uma partida da Champions asiática em Teerã, mas foi descoberta. Ao saber que poderia pegar seis meses de prisão, a iraniana se suicidou colocando fogo em si mesma às portas do tribunal.
A torcedora brasileira Silva Grecco e o filho Nickollas, deficiente visual, foram homenageados com o FIFA Fan Awards. Torcedora do Palmeiras, a mãe ficou conhecida por narrar os jogos do clube brasileiro para Nickollas dentro do estádio. Em seu discurso, reforçou a importância do esporte como ferramenta de inclusão para deficientes.
Pela primeira vez, foi montada também uma seleção feminina: Veenendaal; Lucy Bronze, Renard, Fisher e Ohara; Henry, Ertz, Marta e Lavelle; Rapinoe e Alex Morgan. Jill Ellis, treinadora dos Estados Unidos, foi eleita a melhor entre mulheres.
do El País