Jamile foi assassinada. O principal suspeito é o namorado, Aldemir Pessoa |
Na semana passada, a empresária cearense Jamile de Oliveira Correia foi encontrada no closet de sua casa, com um tiro no peito. O caso foi tratado como suicídio, mas à medida que as investigações avançaram o foco da polícia mudou.
De acordo com o filho da empresária, ela e o namorado discutiram sobre quem ficaria com uma arma de fogo. Hoje o caso é tratado como feminicídio.
“Acho que foi menos de um minuto que aconteceu aquela discussão, de quem ficava com a arma, eu não vi onde é que tava a direção da arma. Eu só vi uma parte assim do cano brilhoso, era prata”, relata o filho de Jamile.
O que se sabe e o que falta saber sobre a morte de Jamile
“Em menos de um minuto, acho que 40 segundos, foi dado o disparo, e a gente ficou procurando, procurando e não achava. Aí depois o disparo tava no peito dela”, completa o adolescente. O garoto deu entrevista acompanhado do advogado e de três tios, incluindo o tio que tem a guarda dele.
Jamile morreu com um tiro no peito em 29 de agosto. Aldemir Pessoa relatou na época que ela cometeu suicídio, mas a Polícia Civil investiga se ele é autor de um homicídio. Amigos e familiares da empresária contaram que Aldemir teria interesse no patrimônio de Jamile, que ela assinou uma procuração para que o namorado administrasse a herança recebida do marido falecido.
O advogado disse que não houve assassinato e negou que tivesse interesse no patrimônio da empresária.
Jamile sendo socorrida pelo filho |
Após o disparo, ainda conforme o filho de Jamile, Aldemir pediu ajuda ao adolescente para que eles levassem a empresária até um hospital. “A gente gritou, ele pediu pra eu carregar ela pelo braço e perguntei: ‘Cara, por que tu não carrega ela pelo braço?’. Ele disse que tava com o braço machucado por causa do arrombamento”.
Segundo o depoimento do garoto, Aldemir arrombou a porta de um closet onde Jamile havia se trancado para se proteger do namorado.
Jamile foi deixada pelo namorado no Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro de Fortaleza, e morreu às 7h do dia 31 de agosto. Apesar da gravidade do caso, o homem não relatou aos familiares sobre o estado de saúde da empresária e também não acionou a polícia.
Imagens obtidas com exclusividade pela TV Verdes Mares mostram a porta arrombada do closet. O apartamento, localizado na área residencial mais cara de Fortaleza, foi arrumado após o disparo e, conforme depoimento de testemunhas, Aldemir solicitou que funcionários limpassem o elevador, que ficou com marcas de sangue quando Jamile foi levada ao hospital.
A residência foi periciada nesta semana, durante cerca de três horas, com a companhia do filho. Ao fim da diligência, o advogado da família de Jamile, Flávio Jacinto, disse que a participação do adolescente foi importante para esclarecer onde havia sangue, assim como o local exato em que a mãe dele caiu baleada. Os autos apontam que na data do crime, além do casal, só o jovem estava presente no apartamento.
Ainda segundo os autos, Aldemir e o adolescente retornaram ao imóvel após deixar Jamile no IJF. O advogado teria pedido à empregada doméstica que limpasse o chão do apartamento.
A empregada prestou depoimento à Polícia Civil na semana passada e teria sido coagida pelo advogado a dar informações específicas às autoridades a favor dele. Aldemir Pessoa Júnior negou que tenha tentado interferir no depoimento da mulher.
do G1CE