No Brasil, 37% das mulheres não querem ter filhos. Isso é o que aponta pesquisa global realizado pela farmacêutica Bayer, com apoio da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e do Think about Needs in Contraception (TANCO).
Essa mesma pesquisa também aponta um outro dado: Uma em cada dez mulheres usam método concepcional de longa duração, como Diu e implante hormonal.
O estudo, que contou com mais de 7 mil pacientes (1.113 no Brasil) e 726 ginecologistas de 11 países, aponta que a baixa adesão a tais métodos acontece por falta de conhecimento sobre o tema e de um diálogo aberto com o ginecologista.
“A baixa adesão das mulheres aos métodos de longa duração tem relação direta com a falta de informação sobre o tema — prova disso é que quase 70% das participantes do TANCO afirmaram que considerariam o contraceptivo de longa duração se recebessem mais informações de seus médicos. Ou seja: nota-se uma falha de comunicação que precisa ser reparada para que as mulheres façam a melhor escolha de acordo com sua realidade”, explica Ilza Monteiro, ginecologista da UNICAMP e membro da diretoria da Febrasgo, que é uma das autoras do estudo.
No Brasil, 37% das mulheres não desejam se tornar mães em nenhum momento. No mundo, 72% não querem filhos no período entre os três e cinco próximos anos, pelo menos. Para evitar, o método mais utilizado é a pílula combinada (composta pelos hormônios estrógeno e progesterona), que é adotado por três em cada dez mulheres. Já uma entre cada dez usa apenas camisinha. Além disso, 51% das brasileiras já utilizaram a pílula do dia seguinte pelo menos uma vez.
Os números mostram que além da falta de informação, os efeitos indesejados dos métodos medicamentosos acaba criando uma barreira. Outro ponto importante é que planejar uma gravidez parece ser uma tarefa única e exclusiva das mulheres. A pílula anticoncepcional masculina ainda está em fase de testes e a previsão de entrar no mercado é para 2029…
Então, cabe às mulheres, planejar, se medicar, sofrer com os efeitos colaterais, ainda correr o risco do método falhar (nenhum é 100% confiável), e ainda levar a culpa, sozinha, por uma gravidez indesejada.
da redação, com informações do Universa