Preste atenção nesses números:
De acordo com o Anuário de Segurança Pública, publicado recentemente, o Brasil registrou 1.206 feminicídios, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Foram notificados 66.041 casos de estupro, cerca de 160 por dia. E vergonhosas 263.067 notificações de violência doméstica: 1 caso a cada 2 minutos.
Na Paraíba, foram registrados 34 feminicídios; 239 estupros notificados e 2.002 registros de violência doméstica. Os dados são relativos à 2018.
Enquanto vivemos uma verdadeira epidemia de violências e assassinatos, o presidente saúda um torturador e abusador de mulheres.
Nesta segunda-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro disse para estudantes que o esperavam na portaria do Palácio da Alvorada, que a professora “de esquerda” dos jovens deveria ler o livro do torturador da ditadura militar coronel Brilhante Ustra.
Brilhante Ustra orientava pessoalmente torturas e estupros contra mulheres. Espancou uma mulher grávida. Levou os filhos de 4 e 5 anos para ver a mãe, que estava nua, urinada, vomitada e espancada. Enfiava ratos e baratas vivas na vagina de mulheres. (E já chega, é mais do que suficiente pra quem lê e é ainda mais pra quem escreve. Certas pesquisas são capazes de consumir a energia de um dia inteiro de trabalho).
O fato é que o presidente não precisa mais demonstrar que é um ser humano sem empatia pela própria espécie.
Numa só fala, ele conseguiu desrespeitar os alunos, a professora, as mulheres brasileiras e a história do país.
Estamos afundando. As mulheres estão cada vez mais vulneráveis e não dá pra esperar melhorias em políticas públicas de um representante que não faz a menor questão de assumir toda sua misoginia.
Taty Valéria