Eliza foi assassinada e seu filho, sequestrado. Bruno está livre |
Preso em setembro de 2010 e condenado em março de 2013 a 20 anos e 9 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, o goleiro Bruno voltou a jogar pelo Poços de Caldas Futebol Clube. Nos 48 minutos em que ficou em campo, Bruno ouviu a torcida gritar seu nome com entusiasmo toda vez que tocou na bola.
O goleiro atualmente cumpre pena em regime semiaberto domiciliar na cidade de Varginha.
Pra quem não lembra, Bruno é acusado de ser mandante do assassinato de Eliza Samúdio. Ela tinha acabado de ter um filho que o goleiro não queria assumir. O corpo nunca foi encontrado e a suspeita macabra é que seus restos mortais foram jogados aos cachorros. Eliza foi conduzida à morte carregando o pequeno filho nos braços. A criança passou alguns dias sequestrada.
Bruno voltou a jogar, tietes gritam seu nome e posam para fotos ao lado de um assassino, que casou novamente e teve mais filhos. A esposa na época hoje vive estigmatizada e na miséria, e foi uma das responsáveis pelo sequestro do bebê, que passou por pelo menos 3 pessoas estranhas até ser devolvido à mãe de Eliza.
Eliza foi assassinada, seus restos mortais se perderam e seu filho foi sequestrado. Sua mãe não conseguiu velar o corpo da filha.
Bruno voltou à vida que sempre teve.
E assim continuamos sem entender os motivos do Brasil ter chegado à esse ponto, mas os motivos sempre estiveram na nossa cara, só não queríamos aceitar nossa essência de barbárie e espetacularização da morte. As mulheres continuam a valer menos, e precisamos quebrar essa roda.
Taty Valéria