Não é nenhuma novidade que ter um animal de estimação faz bem à saúde, incluindo redução do stress e dos sintomas da depressão, por exemplo. Agora, pesquisadores descobriram que ter um cachorro pode diminuir em 24% o risco de morte prematura por qualquer causa. Os benefícios podem ser ainda maiores para pacientes que já tiveram um ataque cardíaco (até 33%) e AVC (27%). Os achados foram publicados nesta terça-feira na revista Circulation.
“Sabemos que a solidão e o estilo de vida sedentário são importantes fatores de risco para morte prematura. Os cães são uma excelente motivação para seus donos saírem ao ar livre ao levá-los para passear”, explicou Tove Fall, da Universidade de Uppsala, na Suécia, ao NBC News.
Além do estímulo à prática de caminhada — o que favorece a saúde geral —, os cientistas acreditam que outros fatores na presença do animal podem ser benéficos para seus donos, como a diminuição do stress. Isso porque estudos anteriores já haviam mostrados que a companhia de um cachorro pode reduzir os níveis de cortisol, conhecido como hormônio do stress. “Quando a resposta ao stress é ativada com muita frequência, leva a muito desgaste no corpo em geral”, disse Neda Gould, da Faculdade de Medicina Johns Hopkins, nos Estados Unidos, à NBC News.
Resultado de imagem para cachorros e dono
Estudos anteriores sugerem que a presença do bichinho de estimação melhora os níveis de colesterol e da pressão arterial. “Um estudo, o meu favorito, descobriu que apenas o efeito de acariciar um cão pode reduzir sua pressão arterial tanto quanto um medicamento”, contou Caroline Kramer, da Universidade de Toronto, no Canadá, à CNN.
Outra possível explicação para o fenômeno é a prática do cuidado com o outro. “As pessoas não adotam um cachorro para ter benefícios de saúde, elas o adotam para beneficiar o animal. Esse altruísmo traz inúmeros benefícios para a saúde mental”, completou Haider Warraich, da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, à NBC News.
Não tenho um cachorro. E agora?
Muitas pessoas são alérgicas a cachorros ou preferem outro animal de estimação. Ainda há aqueles que pela falta de tempo para cuidar ou não ter espaço em casa para abrigá-lo não conseguem adotar um cão.
Para esses casos, os pesquisadores sugerem adotar um animal de sua escolha, mesmo que seja outra espécie de menor porte, como peixes ou hamsters, por exemplo. Para quem tiver gostos mais exóticos, os grilos podem ser um opção viável. Isso porque estudo mostrou que cuidar desses insetos pode tornar as pessoas mais saudáveis.
Apesar disso, a equipe ressalta que é importante ter em mente que os benefícios de saúde serão menores.
O estudo
Para chegar a este resultado, os pesquisadores realizaram dois estudos separados para investigar os benefícios em indivíduos saudáveis e com histórico de problemas cardiovasculares (ataque cardíaco e AVC). A primeira pesquisa envolveu 181.696 pacientes cardíacos, dos quais 5,7% tinham cachorro, e 154.617 com histórico de AVC (4,8% tinham o pet). Os participantes, com idade entre 40 e 85 anos, foram acompanhados entre 2001 e 2012.
A análise mostrou que sobreviventes de ataque cardíaco que moravam sozinho tinham 33% menos risco de morte quando tinham cachorro de estimação. O resultado foi menor para os pacientes que moravam com algum familiar: 15%. Para os pesquisadores a diferença no nível de proteção pode ser explicada pelo fato de que uma casa com mais moradores há “rodízio” para determinar quem leva o animal para passear e, portanto, menor prática de atividade física por um único indivíduo, por exemplo.
Já o segundo foi uma revisão de estudos que avaliou quase 4 milhões de pessoas que participaram de dez estudos ao longo de 10 anos. Nesse caso, foram analisados participantes sem histórico de doenças cardíacas e outros que sofrem com alguma doença do gênero. A investigação mostrou que a população geral estavam 24% menos propensa a morrer por qualquer causa em comparação com aqueles que não tinham animal de estimação. A proteção foi ainda maior para donos de cachorro com histórico de doenças cardiovasculares: 65% menos risco de morte.
Da Veja/CNN