Uma a cada sete mulheres na Paraíba está desempregada. A taxa de desemprego entre as mulheres paraibanas é de 14,1%, enquanto a taxa de homens atinge 10,3%. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Rendimento de Todas as Fontes 2018 (PNAD), divulgada nesta quarta-feira (16) pelo IBGE.
Apesar dos dados, a Paraíba mantém uma média mais baixa que a do Nordeste, onde 16,9% das mulheres estão desempregadas. Na Grande João Pessoa, os números também são altos: 15,2% das mulheres estão fora do mercado de trabalho.
Além disso, a diferença salarial entre mulheres e homens paraibanos também é significativa. Enquanto os homens recebem em média R$ 1.703,00, as mulheres ganham R$ 1.592,00, uma diferença de 18,5%.
“Basta uma crise política, econômica e religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados”. A frase de Simone de Beauvoir nunca fez tanto sentido. Ante um cenário de estagnação econômica, quando o poder de compra cai drasticamente e as empresas se veem obrigadas a demitir, somos nós as primeiras a receber o bilhete azul.
Engravidamos, tiramos licença, levamos os filhos ao médico, cuidamos dos idosos da família, precisamos limpar a casa, fazer almoço, ir à feira, ensinar as tarefas da escola. E isso toma tempo. Uma divisão justa dos afazeres familiares e domésticos poderia, em tese, deixar as coisas mais igualitárias, e na hora de demitir, talvez o peso fosse melhor distribuído.
O fato é que a competência profissional fica em segundo plano quando é preciso escolher qual funcionário vai ser colocado na rua. A reflexão e a luta em busca da equidade de deveres e oportunidades nunca foram tão necessárias.
Taty Valéria