Quantos preconceitos cabem num comentário? |
Uma gari de Porto Velho, Rondônia, foi humilhada enquanto varria as ruas da cidade. Em depoimento em uma rede social, Paulina Carvalho, de 25 anos, conta que sofreu “preconceito” por estar maquiada. De acordo com a moça, uma mulher parou o carro e questionou por que ela usava maquiagem, já que ficaria suja de qualquer forma, por estar limpando as ruas.
Paulina contou que estava trabalhando na rua à noite, quando um carro de luxo parou e uma mulher questionou a razão de ela estar arrumada. “A mulher me olhou de cima a baixo e falou ‘Nossa para que se emperequetar tanto assim? Você vai varrer o chão e vai estar com a cara cheia de poeira e não vai dar para ver nem pó no seu rosto’”, disse.
“Não é por trabalhar varrendo rua, lidando diretamente com lixo que deixaria de ser mulher”, disse Paulina. “Minha educação é humilde, vem de berço. Eu poderia tratá-la da mesma forma. Mas pela idade dela respeitei. A gente oferece o que tem, eu ofereci minha gentileza”, disse.
A gari contou que na hora da agressão verbal ficou assustada, mas que respondeu a mulher. “Minha senhora, o fato de trabalhar de brincos, maquiada e bem cheirosa, não interfere na minha profissão. O importante é que estou de bem com a vida e não sou nenhuma mal resolvida que se incomoda com a vida alheia. Sou gari e com muito orgulho”, respondeu.
A postagem com a história acabou fazendo sucesso nas redes sociais e a gari recebeu várias mensagens de apoio. “Continue se arrumando, você é linda”, disse uma seguidora. “Tenha orgulho do seu trabalho. Girl Power”, declarou outra.
Correio Braziliense