Algumas pessoas são como desastres ambientais. Chegam, fazem estrago e desaparecem. Mas vez por outra reaparece um resquício da bagunça que provocou.
É o caso do apresentador Sikêra Jr, que veio pra Paraíba, teve uma passagem onde vomitou preconceito e machismo, atacou pessoas e instituições, e sentia absurdamente à vontade.
Mas o deus do capitalismo não é misericordioso, a audiência prometida não veio, os anunciantes fugiram, e Sikêra Jr. foi mandado embora, sem deixar saudade.
Mas eis que, assim como as pequenas gotas de óleo que reapareceram na praia do Bessa depois que o pior já tinha passado, o nome do apresentador ressurge.
Na última quarta-feira (13), durante a Sessão Ordinária da Assembleia Legislativa da Paraíba, um projeto de lei apareceu para ser votado. Determinado parlamentar achou que seria uma boa ideia honrar Sikera Jr. com um Título de Cidadania Paraibana.
Seria mais um projeto que passaria desapercebido não fosse o olhar apurado da deputada Estela Bezerra, que trouxe a pauta para discussão. Um título de cidadania requer serviços prestados à localidade. O que Sikêra Jr. trouxe de préstimos ao estado? Além de difamar e agredir pessoas?
Cida Ramos, Camilla Toscano, Pollyana Dutra e Jane Panta seguiram o voto contrário. Todas as mulheres presentes naquele plenário concordaram que aquele título era, minimamente, impróprio. Os deputados, idem. O próprio presidente, deputado Adriano Galdino, agradeceu pela discussão. No final das contas, o voto não passou. Apenas dois deputados votaram favoráveis, e com argumentos que não convenceriam nem uma criança de 5 anos de idade.
Tal qual um homem rejeitado, Sikêra Jr. se sentiu injustiçado e voltou a atacar as paraibanas, esqueceu que só existem 5 deputadas na ALPB e que os votos decisivos não foram delas, e voltou a vomitar seus preconceitos nas redes sociais.
A Paraíba, por meio de seu parlamento máximo, mostrou que ninguém sente falta e nem quer Sikêra Jr. de volta.
Aceita que dói menos.
Taty Valéria