É cada vez mais raro encontrar aquele tipo de homem que decide, sozinho, ser o provedor financeiro da família. Até pelo próprio contexto econômico que vivemos, sustentar sozinho uma casa, contas e filhos não é bem o tipo de coisa que dê pra encarar. Mas eles existem.
Por outro lado, temos um paradoxo bem interessante. Tudo bem a companheira trabalhar fora. Mas não tá tudo bem quando ela ganha mais.
Aquilo que era apenas observação antropológica meramente casual, foi endossada em pesquisa. Pra variar, fizeram uma pesquisa pra confirmar tudo aquilo que a gente sempre soube.
O mero fato de ganhar menos do que a companheira pode render grande estresse aos maridos.
Essa é a conclusão de um estudo da Universidade de Bath, no Reino Unido, que estudou 6 mil casais heterossexuais americanos ao longo de 15 anos. Os pesquisadores concluíram que as normas sociais de gênero podem ser maléficas para a saúde mental e física do homem, que tem maior tendência de esconder o ressentimento.
Desde 1980, a quantidade de casais héteros nos quais a mulher ganha mais do que o homem cresceu consideravelmente nos Estados Unidos. Se há 30 anos elas representavam apenas 13% dos casos, hoje um terço das esposas tem renda superior a dos maridos, segundo o Pew Research Centre.
A pesquisa se dedicou à análise de como essas mudanças afetaram normas sociais, o bem estar e a compreensão da masculinidade. O que não mudou nesse intervalo, de acordo com o estudo, foi a pressão exercida pelos homens, tido como os “ganha-pães” dos núcleos familiares.
Segundo o estudo, os maridos se sentem confortáveis se as esposas ganham até 40% da renda do casal. Superada essa faixa, os pesquisadores passaram a identificar níveis de estresse entre os entrevistados, que atingem seu nível máximo quando há completa dependência financeira do salário da esposa. A exceção, segundo a organizadora do estudo, a economista Joanna Syrda, costuma ser dos casais nos quais a mulher já ganhava mais antes do casamento e a discrepância de renda já era algo claro para ambos.
Ainda segundo Joanna, as descobertas do estudo também indicam como as normas sociais de gênero são “fortes e persistentes”, embora os resultados se apliquem ao contexto social dos 6 mil casais americanos analisados e possam variar de acordo com cada sociedade.
Entre as principais consequências ligadas ao estresse, estão doenças físicas, mentais e problemas da ordem social e emocional e, em outras instâncias, a fidelidade e até o divórcio, uma das principais causas do estresse: os maridos temem, por exemplo, acabar em desvantagem na hipótese de separação.
da redação, com Yahoo