Itaberli Lozano, era um adolescente gay. Vivia com sua família, que não aceitava sua condição. O rapaz era constantemente espancado pela mãe e pelo padastro. Cansado de apanhar, Itaberli foi morar com a avó.
Dias depois, Tatiana Ferreira Lozano Pereira, mãe do adolescente, o chamou pra conversar. Disse que queria fazer as pazes. Ele acreditou, e foi ao encontro da mãe. É possível crer que no caminho, ele deve ter pensado que finalmente as coisas se acertariam, que ele poderia ser quem era sem precisar apanhar. Que talvez, ele pudesse voltar a viver com a família que tanto amava.
Com a ajuda dos outros dois homens e de um adolescente de 16 anos, Tatiana submeteu o filho a uma sessão de espancamento e depois o golpeou com facadas no pescoço. Após constatar a morte, ela pediu ajuda ao marido, padrasto de Itaberli, para se livrar do corpo. O cadáver do filho foi levado a um canavial e incendiado. O caso aconteceu em Cravinhos, no interior de São Paulo.
Itaberli, assassinado pela própria mãe |
Tatiana só notificou a polícia sobre o desaparecimento de Itaberli oito dias depois do crime. Foi necessária perícia para a identificação do corpo parcialmente carbonizado.
Depois de uma investigação, Tatiana foi acusada de homicídio.
Finalmente, na última quarta-feira (27), o Tribunal do Júri condenou Tatiana a 25 anos e 8 meses de prisão em regime fechado.
Outras dois envolvidos no crime, Victor Roberto da Silva e Miller da Silva Barissa, foram condenados, cada um, a 21 anos e 8 meses de reclusão. As defesas vão entrar com recursos.
Durante o processo, o Ministério Público sustentou que o crime tinha sido motivado por homofobia, pois a mãe não aceitava a condição do filho de ser homossexual.
Em depoimento, ela chegou a dizer que “não aguentava mais ele”, reclamando que o filho levava homens para casa e usava drogas. Tatiana, no entanto, sempre negou a homofobia.
Padrasto
O julgamento do padrasto, Alex Canteli Pereira, foi adiado porque seu advogado, que também defendia a mulher, deixou o caso alegando conflito de interesses. Pereira responde pelo crime de ocultação de cadáver.
Durante o processo, o padrasto contou que a mulher havia relatado a ele como havia dado as facadas que mataram o filho. Tatiana foi condenada por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ela foi levada para a penitenciária de Tremembé.
O julgamento do padrasto de Itaberli ainda não tem data para ser retomado.
Pelo menos a justiça foi feita.
da redação, com Portal Terra