Importunação sexual, assédio de médico e a certeza que não estamos a salvo em lugar nenhum

By 29 de novembro de 2019Vá se tratar


Essa é mais um daqueles textos que tem que ir para a editoria “Vá se tratar!”. É mais um casos desses que o acusado (quem julga e condena é a Justiça) se utiliza da profissão ou da hierarquia do trabalho para tirar proveito de clientes, pacientes e funcionários. É uma triste realidade do nosso país e infelizmente muitas mulheres temem represálias e perder o próprio emprego após denunciar este tipo de abuso. Por isso que nós, como um segmento jornalístico voltado para a defesa dos direitos das mulheres, temos de aplaudir e manchetear cada ato de coragem de mulher que não se cala para tarados.

E foi o que aconteceu em Belo Horizonte. A Polícia Civil confirmou, na manhã desta sexta-feira, que o médico Edilei Rosa de Novais foi indiciado por importunação sexual. Atuando no atendimento a mulheres em um hospital da cidade, ele foi preso na quarta-feira após uma paciente denunciar um abuso durante a consulta naquele dia.

Na quinta-feira, o médico foi transferido para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. A Polícia Civil também informou hoje que uma outra investigação está em andamento para verificar outras vítimas.

Edilei Rosa é ginecologista e estava de plantão no pronto-atendimento. Por volta das 16h de quarta-feira, atendeu uma jovem que havia colocado DIU intrauterino há poucos dias e estava sentindo muita dor. Durante os exames, ele teria assediado e tentado beijar a paciente. O namorado dela a aguardava na sala de espera. Após ouvir o relato da moça, tentou tirar satisfações com o médico e depois acionou a polícia.

Segundo a jovem, enfermeiras teriam relatado à polícia que outros casos já teriam acontecido, inclusive com funcionárias. Algumas delas diziam que o apelido do médico dentro do hospital era “João de Deus”, em referência ao médium preso suspeito de abordar de várias mulheres durante atendimentos espirituais em Abadiânia, interior de Goiás.

O Hospital da Mulher e Maternidade Santa Fé havia divulgado uma nota informando que o médico ficaria afastado das atividades até a conclusão do inquérito e que, se fosse comprovada a culpa, poderia até ser expulso definitivamente do quadro profissional. A Comissão de ética da maternidade também afirmou que encaminharia o relato ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, para as medidas cabíveis.

Do Estado de Minas

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