Imagina que você saiu com os amigos pra tomar seu sagrado chopp de fim de semana e dá de cara com um homem usando uma braçadeira com uma suástica. No Brasil.
O caso aconteceu em Unaí, em Minas Gerais, no Booteco Bar e Restaurante, madrugada do último sábado e viralizou nas redes sociais. Imagens em vídeo registram a presença de uma viatura da PM no local e mostram os policiais conversando com um homem, em pé, supostamente funcionário do estabelecimento ao lado da mesa onde estava o rapaz com a suástica. Em nenhum momento do vídeo, o cliente é abordado pelos militares.
Depois que a viatura deixa o local, o homem de uniforme conversa com o cliente.
Se você ainda não sabe, apologia ao nazismo é considerado crime pela lei brasileira, e nem precisa acontecer violência. O parágrafo 1º do artigo 20 da Lei 7.716/1989 prevê pena de reclusão de dois a cinco anos para quem “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.
A questão aqui vai além de um cara sentado num bar usando uma braçadeira com uma suástica. Ele estava lá sentado, sozinho, e até onde se tem notícia, não falou com ninguém. Mas o simbolismo daquele gesto representa algo de doentio em nossa sociedade.
O caso aconteceu bem longe de João Pessoa, mas quando lembramos que existe uma célula nazista aqui, na capital da Paraíba, é preciso ligar a luz de alerta.
Além da loucura em morar na Paraíba e, por algum motivo que ultrapassa os limites do bom senso, criar uma célula nazista, é preciso se dar conta que estamos todas e todos à mercê de pessoas que se acham no direito de fazer sabe-se lá o quê. Dá medo só de pensar.
Taty Valéria