Filmes que amamos: como não percebemos que eram tão machistas? Parte 2

By 1 de fevereiro de 2020Lute como uma garota

Dando continuidade à série sobre filmes que amamos mas que não tínhamos notado o quanto eram machistas, chegamos na segunda parte.
Se não viu a primeira análise, clique aqui.
Outras listas virão. Aguardem!!!
eu sei, ele é irresistível

 
Jerry Maguire (Tom Cruise) é um famoso empresário de atletas. Um dia, ele publica uma declaração sugerindo que seus colegas de profissão tenham menos clientes e sejam mais humanos. Logo, Jerry é demitido e começa a perder todos os seus clientes, exceto Rod Tidwell (Cuba Goolding Jr.), um temperamental jogador de futebol americano. Vivendo a pior fase de sua vida, Jerry pode confiar apenas em Dorothy (Renée Zellweger, na sua fase mais doce), uma jovem executiva que abandona tudo para ficar ao seu lado.
Dorothy é uma moça sensível, mãe solteira, tem uma irmã meio pirada (que não deixa de ser uma figuraça) e se sacrifica demais pra se manter ao lado de um cara que é no mínimo, egoísta e ególatra. O filme ainda faz a gente querer acreditar que a ex noiva do Jerry, a Avery (Kelly Preston) é uma bruxa ambiciosa.

amiga, sai daí. É cilada!
O filme que rendeu o Oscar para Jennifer Lawrance conta a história de Pat (Bradley Cooper), que sofre com transtorno bipolar. Quando ele volta para a casa dos pais depois de alguns meses de tratamento internado numa clínica, descobre que sua ex esposa, Nikki, pediu uma ordem de restrição contra ele (Pat invadiu o apartamento de Nikki e espancou o namorado dela). Em um jantar com amigos, ele conhece Tiffany, uma jovem viúva que também passa por problemas psicológicos depois de perder o marido pra um atropelamento estúpido.
Pat é ciumento, agressivo e completamente desorientado. Ele insiste numa relação que não existe mais. Conhece a Tiffany, que também está com o emocional arrasado e se aproxima dela por puro interesse.
Pat é um gato. Mas é inseguro, violento, instável e visivelmente perturbado. Não que a Tiffany também não seja, mas não dá pra pensar que aquilo algum dia possa dar certo.
a melhor coisa desse filme é o look da Carrie no poster

 
Uma decepção total, principalmente e especialmente para as milhares de fãs da série (euzinha incluída). E Carrie (Sarah Jessika Parker) é a maior frustração de todas. 
Quatro anos depois das diversas aventuras de Carrie Bradshaw e suas melhores amigas, Carrie está em um relacionamento sério com seu namorado, Big, o maior canalha da histórias das séries consideradas “femininas”. Big é um covarde, infantil e egocêntrico, e deixa Carrie plantada na porta do altar, vestida noiva – não era apenas um vestido de noiva, era um vestido da Viviane Westwood!!!! 
Depois de sofrer o cão com essa decepção, o que Carrie faz? Isso mesmo, perdoa. Perdoa o imbecil do Big, que o máximo que conseguiu fazer pra se redimir foi enviar emails com cartas escritas por outras pessoas… Esse filme, e sua sequência, conseguiram arruinar uma série que ficou marcada por quebrar paradigmas e colocar na TV mulheres falando sobre sexo abertamente. Como disse, uma total decepção.
totalmente psicopata
Julianne (Julia Roberts, again!) e Michael (Dermot Mulroney) são amigos de longa data. Um belo dia, Michael convida Julianne pra ser sua madrinha de casamento. Jullianne percebe nessa hora que o boy é o grande amor da sua vida e decide acabar com esse casamento.
O filme é uma graça, inclusive é um dos meus preferidos. Mas não podemos deixar de perceber coisas bem perturbadoras. Julienne, uma mulher bem resolvida profissionalmente e totalmente independente, joga todos os escrúpulos e dilemas morais pra o inferno pra correr atrás de um homem.
Um homem extremamente egoísta, que manipula os sentimentos da amiga e da noiva (Cameron Diaz), uma moça de 19 anos imatura o suficiente pra achar que vale a pena abandonar a faculdade por um marido que está se lixando pra carreira profissional da futura esposa.
Michael talvez seja a imagem perfeito do boy lixo. Lindo sim, mas que não vale um real convertido em dólar.

tá bem, a música é legal

Então… por onde começamos? Apesar de ser um filme beeeem água com açúcar e com um roteiro simples, pra não dizer simplório, esse queridinho tem umas cenas e personagens bem legais, mas esconde um monte de armadilhas sutis.
Pra começar, todas as personagens femininas são meras coadjuvantes das ações de homens atrapalhados, bobos e sem conteúdo.
Tem o cara casado que compra um presente massa para amante e deixa a esposa arrasada. A amante é jovem, linda e sexy. A esposa? Padrão cinema: cansada, atordoada, mãe e sem vida própria.
Tem o obcecado pela esposa do amigo. Tem o boyzinho que vai para os Estados Unidos atrás das americanas fogosas (que?). Tem a empregada portuguesa na casa do escritor inglês que não consegue se comunicar mas mesmo assim acha que ela está apaixonada por ele. E tem a moça do café na residência oficial do Primeiro Ministro que é transferida de posto depois de sofrer assédio do presidente (seboso) dos Estados Unidos. A música tema e a cena final no aeroporto são as melhores coisas do filme.

Taty Valéria

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