Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou que o Brasil tem 68,4 bebês nascidos de mães adolescentes a cada mil meninas de 15 a 19 anos. Na Paraíba, em 2018, quase dez mil meninas foram mães. Deste total, 456 tinha entre 11 e 14 anos, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES). De acordo especialistas do Hapvida, entre os prejuízos que uma gravidez na adolescência pode gerar estão os de cunho social, emocional e físico, pois se trata de gestação de risco na maioria dos casos.
“A gravidez na adolescência pode trazer prejuízos sociais, emocionais e físicos. Há uma chance maior de saída da escola, um risco maior de infecções sexualmente transmissíveis; esse período de transição entre infância e idade adulta associado a uma gestação pode causar crises e riscos tanto para o adolescente como para o recém-nascido, para a família e para a sociedade”, afirmou a médica do Hapvida em João Pessoa, Ivna Toscano.
O índice brasileiro de gravidez na adolescência está acima da média latino-americana, estimada em 65,5. No mundo, a média é de 46 nascimentos a cada mil. Diante de tais números, o ginecologista e obstetra do Hospital do Hapvida em João Pessoa, Romeu Menezes, informa que uma gestação na adolescência pode ser de risco.
“Isso não se dá apenas por falta de nutrientes, mas algumas patologias têm fator de risco às mulheres mais jovens, podendo ocasionar sérios problemas durante o pré-natal, a exemplo de pré-eclampsia e diabetes gestacional. Algumas não têm o organismo preparado para a gestação, podendo acarretar em maiores números de abortamentos e partos prematuros”, observa o especialista.
Em se tratando dos prejuízos sociais, ambos os médicos, concordam que as consequências passam pelo abandono da escola, necessidade de entrar precocemente e sem qualificação no mercado de trabalho ou onerar financeiramente uma família que já vive em condições precárias. Além do abandono dos filhos aos cuidados de terceiros.
Diálogo como Prevenção – A médica Ivna Toscano explica que, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatra, é preciso reconhecer o direito que adolescentes e jovens têm de conhecer o próprio corpo e receber informações e cuidados adequados à sua saúde reprodutiva. “Educação e informação adequadas são as únicas ferramentas capazes de lidar com essa questão de forma eficaz”, destaca.
Sobre os métodos contraceptivos, a médica ressalta que são diversos e vão desde a recomendação de abstinência sexual exclusiva, retardando o início da vida sexual até a recomendação da abstinência sexual associada ao uso de contraceptivos sejam eles de barreira ou hormonais. “O importante é fornecer todas as informações necessárias pra esses adolescentes evitarem comportamentos sexuais de risco”, alerta.
Quando o assunto é prevenção, o ginecologista e obstetra, Romeu Menezes destaca que a gravidez na adolescência é um problema grave. “Vale considerar que a gestação durante a adolescência gera uma maior probabilidade das meninas apresentarem depressão e idéias suicidas. Portanto, o incentivo ao diálogo familiar, educação e conscientização nos nossos jovens é essencial para evitarmos a gravidez na adolescência”, orienta.
da redação, com Assessoria