“Se não estivesse com roupa curta…”
“Se não estivesse na rua até aquela hora…”
“Talvez ela tenha se insinuado…”
“Tem muita menina que já sabe de tudo…”
“Se estivesse na igreja nada disso teria acontecido…”
Quantas desculpas são possíveis criar para culpabilizar uma vítima de abuso? E quando nenhuma dessas justificativas se aplica? Ainda é possível achar um motivo?
Um peruano de 31 anos, missionário da Igreja Adventista do Sétimo Dia, foi preso em flagrante após abusar sexualmente de uma criança de quatro anos dentro de uma unidade da igreja em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Foi a mãe da criança que flagrou o ato e denunciou o suspeito.
Segundo a Polícia Civil, a mãe levou a menina para igreja e, enquanto participava de uma reunião, a criança foi até a Sala Primária, onde são oferecidas aulas infantis, para pegar um brinquedo. Na sala, estava o missionário que era abrigado pela unidade e, quando a menina entrou, de acordo com o registro da ocorrência, o suspeito pegou a mão da criança, colocou em seu órgão genital e começou a movimentar.
A ação foi flagrada pela mãe da menina que, ao notar a ausência da filha, foi até a sala procurá-la. Em depoimento à polícia, a mãe disse que, quando entrou no local, o missionário estava de costas, mas percebeu que ele guardou algo dentro das calças quando ouviu a porta abrir.
Já longe do suspeito, a mãe perguntou para a menina o que tinha acontecido, e a criança confirmou o abuso. Lideranças da igreja foram acionadas e, quando questionado, o peruano confessou o crime. A Polícia Militar foi até o local e o suspeito foi encaminhado à Delegacia Seccional de Itanhaém.
Às autoridades policiais, durante o interrogatório, o peruano confessou que colocou a mão da criança em seu órgão sexual e falou ‘besteiras’ para a menina com conotações sexuais. A vítima foi encaminhada para exame de corpo de delito e o homem foi preso em flagrante por estupro de vulnerável. A Embaixada Peruana no Brasil foi comunicada do ocorrido.
O G1 tentou contato com um responsável pela unidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Itanhaém mas, até a última atualização desta reportagem, não conseguiu localizá-lo.
do G1/SP