Além de questões sociais, a paridade de gênero tem grande influência econômica. Ela permite, por exemplo, que países e empresas explorem o potencial completo de sua força de trabalho. Mas, infelizmente, não são todos lugares que isso é uma realidade. Segundo o World Bank’s Women, Business and the Law, um projeto do Banco Mundial, os direitos das mulheres sofrem amplas variações de acordo com a leis de determinadas regiões.
Mulheres no norte da África e Oriente Médio, por exemplo, ainda têm apenas metade dos direitos de homens. Na média global, apenas três quartos dos direitos trabalhistas são os mesmos para ambos os gêneros. Em sua décima quarta edição, o relatório Global Gender Gap Report usa como referência a paridade em três dimensões: participação econômica e oportunidades, realização educacional, saúde, sobrevivência e empoderamento político. Com base nesses critérios, os países são classificados em uma escala que vai de 0 até 100.
No índice, o Brasil tem 81,9 pontos. Isso nos coloca atrás de países como África do Sul, México, Paraguai, Peru e Uruguai. Bélgica, Canadá, França, Islândia, Letônia, Luxemburgo e Suécia lideram a lista, com 100 pontos. A pontuação máxima indica que mulheres trabalham nas mesmas condições legais que homens, têm amplo acesso a empregos e são protegidas por mecanismos jurídicos contra discriminação de gênero e assédio sexual no ambiente de trabalho.
Presença em posições de liderança
Outro ponto abordado no Global Gender Gap Report é a presença das mulheres em conselhos administrativos. A lista é liderada pela França e Islândia, com 43% de participação. No Brasil, o valor é de apenas 8,4%.
De acordo com o levantamento, essa disparidade tende a aumentar em países em desenvolvimento. O resultado imediato disto é o aprofundamento do abismo econômico entre homens e mulheres. Em contrapartida, realização educacional e saúde são dois aspectos em que a paridade tem aumentado.
São apontados três motivos para isso: mulheres têm maior representação em cargos que estão sendo automatizados; não há mulheres suficientes ingressando em profissões nas quais o crescimento salarial é o mais pronunciado (como o setor de tecnologia), e mulheres carecem de acesso a capital.
Maior representatividade na tecnologia
Um dos maiores desafios apontados pelo relatório para diminuir a desigualdade de gênero é aumentar a representação das mulheres em profissões emergentes. Na computação em nuvem, apenas 12% dos profissionais são mulheres. Da mesma forma, em engenharia e Data e AI, os índices são de 15% e 26%, respectivamente.
Alguns países já estão tomando medidas objetivas para diminuir a desigualdade de gênero. O levantamento classificou os 10 que mais avançam nesse aspecto:
1. Islândia;
2. Noruega;
3. Finlândia;
4. Suécia;
5. Nicarágua;
6. Nova Zelândia;
7. Irlanda;
8. Espanha
9. Ruanda;
10. Alemanha.
Da Época Negócios