Estamos a passos curtos de nos tornamos uma teocracia cristã. E o medo que tínhamos desde antes das eleições, parece cada vez mais próximo.
Em relatório enviado ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil foi enquadrado como um país onde a religião é usada para justificar a restrição ao acesso à educação sexual por meninas e mulheres. O relatório também cita que direitos reprodutivos e acesso à saúde sexual estão igualmente restritos no país.
O caminhos das trevas, eu diria.
O estudo foi feito durante o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, quando programas de educação sexual e saúde reprodutivas foram cortados do país. As próprias pessoas entrevistadas no estudo alegaram que tal cenário é culpa da “pressão de grupos religiosos”.
Desde que Bolsonaro assumiu a Presidência, a política de direitos humanos do Brasil passou por grandes modificações a partir de valores religiosos. A própria ministra responsável pelo tema, Damares Alves, declarou recentemente que a expansão da igreja é uma das prioridades do governo.
“É o momento de a igreja ocupar a nação”, disse a ministra em entrevista na semana passada, durante sua passagem em reuniões da ONU. De acordo com ela, a “ideologia de gênero” manipulou o movimento gay, e a esquerda apresenta denúncias genéricas contra o governo.
Damares também insistiu na “defesa da vida”, argumento utilizado pelo governo para não legalizar a interrupção da gravidez.
Num país em que pastores evangélicos estupram e engravidam meninas de 13 anos, com a anuência da família… A tragédia social e institucional contra meninas e mulheres está na nossa porta.
Da redação, com UOL