Falamos disso semana passada, quando o isolamento ainda não tinha chegado e quando as preocupações eram outras. Mas havíamos alertado sobre o confinamento e o provável aumento dos casos de violência doméstica. Já são 15 casos registrados no Estado, isso sem contar todos aqueles que não tem registro por medo, vergonha ou qualquer outro sentimento que inibem as mulheres de denunciarem seus companheiros.
No Rio de Janeiro, a justiça registrou um aumento de 50% nos casos de violência doméstica durante o período de confinamento. Aqui na Paraíba, de sexta-feira (20) até a data de hoje, 24 de março, foram registradas presencialmente, quatro denúncias. Nada que fuja à (cruel) normalidade de atendimentos. No entanto, o serviço on-line registrou 11 boletins de ocorrência relativos à violência doméstica, nesse mesmo período.
O serviço de B.O on-line, faz parte do pacote de ações para o Mês de Mulher e seria lançado ao longo do mês, mas por conta do confinamento, foi colocado em atividade antes da data prevista. Nesse caso, não há como registrar um aumento, ou diminuição, uma vez que o serviço não existia.
É preciso deixar registrado que todos os serviços de amparo às mulheres vítimas de violência continua em atividade, como as casas de apoio e a Patrulha Maria da Penha, resguardando os cuidados e procedimentos preconizados pelas autoridades de saúde.
De acordo com Maísa Félix, coordenadora das Delegacias da Mulher na Paraíba, os atendimentos presenciais e de urgência foram concentrados na DEAM Sul, no Geisel, em João Pessoa, que funciona em regime de plantão de 24h. Nas delegacias da região metropolitana da Capital, um agente está de plantão para receber as denúncias e fazer o devido encaminhamento.
“É importante deixar claro que nossos serviços de proteção e amparo continuam, mas com adaptações em relação à proteção da saúde dos agentes, das vítimas e de nossas famílias”, destacou, lembrando que os números 197 e 190 estão funcionando para denúncias.
Ela lembra da importância da denúncia, dentro e fora da sua família. “Se você tem conhecimento de que sua vizinha, amiga ou parente está sofrendo algum tipo de violência doméstica, acione a polícia, mesmo que não seja em flagrante”.
Maísa ainda lembrou que o momento pede reflexão e consciência. “É preciso que os homens, em especial, reflitam sobre uma mudança de comportamento, reconheçam o valor da sua companheira, dos seus filhos e da sua família. As mulheres têm o direito de viver em paz, sem violência, especialmente dentro de sua própria casa”.
da redação