Ninguém precisa mais falar dos absurdos ditos pelo presidente na noite desta terça-feira (24). Contrariando a ciência, os números, os doentes, as mortes e seu próprio Ministério da Saúde, Bolsonaro chegou no seu próprio limite.
Mas as consequências daquela fala podem sim gerar um dano ainda maior do que todo o caos que já existe.
Quase convencidos da necessidade do isolamento social, pessoas começaram a se questionar. Alguns parlamentares paraibanos, seguindo a ordem do mestre e na intensa dificuldade em aceitar o óbvio e reconhecer o erro de ter apoiado esse desgoverno, não só endossaram a fala presidencial, como aumentaram o tom e desceram o nível.
Não há o que comentar. Lamentamos apenas. Mas isso é suficiente? Quando o próprio presidente tenta desfazer tudo o que foi tentando em termos de frear o contágio, uma atitude drástica precisa ser tomada. Os poderes judiciário e legislativo estão amordaçados? O que falta para que esse senhor seja afastados de suas funções?
Não é mais questão de ideologia política. Estamos falando de responsabilidade social.
O que o ministro da Saúde diz? E o ministro da Justiça? O que falta acontecer?
Os governadores estão formando um poder paralelo, e que até o momento, parece ser a única coisa que está garantindo o funcionamento do país.
Não seria uma má ideia deixar que os governadores assumissem logo a manutenção do estado democrático de direito.
O país está doente, pobre e sem norte. Chegamos ao ponto de ouvir que em nome da economia, não faz mal que 5 ou 7 mil pessoas morram. Necropolítica que chama. Vamos falar disso, porque é exatamente isso que está em curso.
Taty Valéria