Fome e desemprego sempre foram uma realidade no Brasil. Especialmente nos últimos 4 anos.
Como já foi dito e debatido à exaustão, todos os governos de todo o mundo precisam criar estratégias para lidar com a crise econômica que o coronavírus irá deixar de bônus. Sim, porque a quebra do sistema financeiro é só um bônus diante da maior tragédia humana desde a II Guerra Mundial. Nada poderá trazer de volta a vida das pessoas que padeceram da doença.
E os governos, independente de país/continente, estão todos no mesmo barco.
Mas há algo no Brasil que sai da curva, e não estamos falando da curva de mortes, porque esta apenas começou a subir. Aqui, descobrimos agora que a fome e o desemprego matam. Descobrimos agora que sem consumidores, a economia quebra. Descobrimos só agora a importância da mão de obra.
Assim como nos Estados Unidos, que detém o recorde mundial de mortos pela Covid, o Brasil também realiza manifestações pela quebra da quarentena. É preciso ganhar dinheiro!!! Mas aqui, na república das bananas, temos um ingrediente extra: os empresários que protestam em carreatas, colocam seus funcionários para se ajoelhar no meio da rua.
As fotos que ilustram esse texto vieram de Campina Grande e foram feitas hoje, segunda-feira, 27 de abril.
É patético, covarde e vergonhoso.
Seria indigno perguntar a qualquer um desses trabalhadores ajoelhados se esse gesto foi uma escolha. Sabemos que não é. Não existe direito de escolha quando seu sustento está em risco.
A questão econômica é real, grave e sem precedentes. É preciso sim buscar alternativas, pensar estratégias. Mas colocar seus funcionários para se ajoelhar e se humilhar em calçadas não é o caminho, denota uma crise moral e ética que não tem cura, nem conserto.
Campina Grande está de parabéns no quesito vergonha alheia.
Taty Valéria