Vinte dias de isolamento social total resolveria o nosso problema com o covid-19. Já estamos com 70 dias de quarentena e até o momento não estamos nem perto de alguma luz no final do túnel. Só ontem o Brasil registrou 26 mil novos casos do coronavírus.
Os números e os estragos que esse vírus faz são gigantescos. Mas a falta de consciência do nosso povo é o principal ingrediente desse momento quase apocalíptico. Essa semana o bairro de Mangabeira, em João Pessoa, registrou um percentual de 30% de isolamento. Traduzindo isso, de cada 10 pessoas apenas três estão seguindo o distanciamento social.
Dois episódios esporádicos pontuam o pessismismo vigente de quem escreve esse texto. Tive a oportunidade de passar também nessa semana pelo bairro do Colibris, na Zona Sul de João Pessoa, onde a pandemia passa longe. Pessoas jogando dominó, crianças correndo na praça, jovens se pegando em uma pelada. Quem passa de máscara pelo local é visto como um alienígena. O clima é de veraneio, férias. Todos esperando ‘de boas’ o apocalipse bater na porta.
Agora de manhã, recebemos uma foto da entrada de um banco no Centro de João Pessoa. Aglomeração, gente sem máscara, pessoas felizes porque aquele tumulto todo é causado pelo pagamento que o Governo do Estado planejou equivocadamente. Todos sabem que existem várias pessoas com problemas para remotamente resolver questões financeira e a única alternativa é ir no banco. Fazer o pagamento neste momento em apenas um ou dois dias é um equívoco que pode culminar em várias contaminações. E mortes.
Cabe a nossos governantes tentar medidas mais duras e inteligentes para desinchar gargalos. E à população aceitar que o momento é de pura reflexão. Temos de sair dessa realidade paralela e digerir que estamos todos no mesmo jogo. O da sobrevivência.