Você já ouviu falar de plataformas como a Programaria, Reprograma, Mulheres na computação , Laboratória, Minas Programam, Whomby, B2Mammy,Mulheres de Produto, Latinas In Tech? Se não, é bom prestar atenção. Essas plataformas unem a mão de obra feminina à tecnologia e inovação, contrariando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que apontam que só 20% das mulheres no mercado atuam na área tecnológica, representando 25% da força de trabalho da indústria digital.
De acordo com a gerente executiva em automação e elétrica do SENAI-CIMATEC Bahia Lara Filadelfo Sorensen, vários fatores terminam contribuindo para uma redução da presença feminina nos ambientes de tecnologia e inovação. Eles vão desde questões culturais, aprendidas na infância até um mercado de trabalho excludente, que obriga as mulheres a escolher entre a carreira e a maternidade. “Desde as brincadeiras de criança até a percepção escolar de que o universo da matemática e ciências é masculino, tudo contribui para uma percepção equivocada de que o universo digital não comporta mulheres”, diz.
Com uma postura parecida, a fundadora e CEO da Orchestra Innovation Center, novo polo de inovação de Rio Verde, em Goiás, Nathália Secco garante que a sociedade machista, no entanto, termina pedindo das mulheres mais dedicação para vencer nesses ambientes e isso já as coloca numa situação muito mais positiva. “Elas têm a garra e o apetite por melhoria, pelo novo, necessários para participar com maior impacto do processo de transformação tecnológica e digital no agronegócio, por exemplo”, defende.
Perfil diferenciado
Para Nathália, elas podem fazer a diferença nesse novo cenário econômico. “Por acreditarmos nas mulheres para o propósito, buscamos através de eventos, palestras, rodadas de negócios engajar estas mulheres do agronegócio com o que acontece de inovação e tecnologia no mundo. Dessa maneira, conseguimos levar a elas, oportunidades de investimento e acesso a essas novas tecnologias do agronegócio para serem implementadas por elas no dia a dia da lavoura e das empresas do setor”, afirma.
Para o gerente responsável por Diversidade e Inclusão no RH da TIM, Alan Kido, a presença feminina valoriza a diversidade nos quadros de qualquer empresa, enriquecendo o ambiente como um todo. “Na TIM, temos um calendário de ações e convidamos algumas das nossas executivas da área de tecnologia para contarem suas experiências profissionais e pessoais para grupos de universitárias. Foi o início de um percurso que queremos seguir, em parceria com as faculdades, para estimular as mulheres no mercado de tecnologia e inovação, em linha com as oportunidades que surgirão no novo mundo de trabalho pós-pandemia”, diz.
A Co-founder da Birdie.ai, startup que automatiza a geração de insights a partir de comentários publicados pelos consumidores em diferentes canais e sócia da Arizona, empresa de serviços e tecnologia para marketing, Patrícia Osório chefia uma empresa com um time bastante jovem (média de 23 anos hoje) e diz que as empresas possuem responsabilidade com essa qualificação feminina. “Na Birdie, temos metas internas de contratação de mulheres e de outras comunidades. Além disso, temos buscado nos aproximar de grupos de mulheres de tecnologia,como o Mulheres de Produto, Latinas In Tech, DevOps Bootcamp, para conseguir estimular o crescimento da rede de mulheres e ter acesso a talentos nessa área, inclusive ajudando na formação dessas pessoas”, completa Patrícia, salientando que o exemplo precisa vir das iniciativa próximas.
Do Correio 24 horas