Sem comprovação científica de eficácia, grávidas e bebês já estão entre as vítimas do coronavirus tratadas com cloroquina

By 16 de junho de 2020Brasil
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De acordo com um levantamento da Revista Crescer, pelo menos 13 bebês menores de dois anos morreram por conta da Covid-19 no Brasil até o início de maio. Em outro levantamento, este produzido pela CNN Brasil, aponta o registro de pelo menos 130 mortes de crianças e adolescentes até o dia 21 de maio.

Outro número diz respeito às grávidas: até o início do mês de maio, foram registrados 29 óbitos de gestantes no Brasil.

Completados um mês sem Ministério da Saúde de fato e com a determinação presidencial de maquiar e ocultar dados oficiais, o Brasil resolveu assimilar mais uma medida pode acarretar ainda mais mortes. O fato é que o Ministério sem ministro decidiu ampliar o protocolo de tratamento com a cloroquina e a hidroxicloroquina contra a Covid-19 também para gestantes e crianças, ainda que a medida siga sem qualquer evidência científica e comprovada de efetividade.

 A revisão da nota técnica do Ministério da Saúde, com as orientações para o uso dos medicamentos na fase inicial dos sintomas, aconteceu no mesmo dia que o FDA, órgão que regula as ações de saúde nos Estados Unidos, revogou a autorização para a utilização deles nos hospitais do país por considerar “improvável” os efeitos das duas drogas contra a doença e acreditar que elas têm o potencial de provocar efeitos colaterais perigosos. Especialistas têm apontado que o Brasil é o único país do mundo a apresentar uma curva acelerada de casos após o quinquagésimo dia de início da epidemia e o próprio Ministério da Saúde avalia que há um processo de interiorização da doença.

Nesta segunda-feira (15),o país chegou a um total de 43.959 mortes e 888.271 infectados.

Os médicos não são obrigados a prescrever a cloroquina para esses grupos, mas passam a ter uma autorização expressa do Ministério da Saúde.

Atualmente, o Brasil não orienta o medicamento como profilaxia, mas apenas o seu uso em casos leves e durante os sintomas iniciais, sempre condicionados por prescrição médica.

Em resumo: o Brasil vai adotar em crianças e gestantes o uso do protocolo de um medicamento que os Estados Unidos rejeitaram por não ter efeito e ainda possuir o agravante de piorar a situação dos pacientes.

Não surpreende a “doação” de 2 milhões de doses de clororoquina que o coleguinha Trump fez ao Brasil. São remédios que não servem, praticamente lixo. E seguimos com o gado comemorando esse presente que, na melhor das hipóteses, não vai servir para nada.

Taty Valéria, com informações do El País

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