foto: Andrea Piacquadio |
A Universidade Eindhoven de Tecnologia (TUE) atraiu a atenção da comunidade internacional ao anunciar uma medida radical para diminuir a predominância de homens no corpo docente: por pelo menos seis meses, se comprometeu a só contratar mulheres.
Até o ano passado, apenas 15% dos professores eram mulheres — a TUE era a universidade mais desigual da Holanda, país conhecido pela escassez de professoras em cursos de exatas.
O plano é só voltar a contratar homens quando 30% de cada departamento for composto por mulheres. Após os seis primeiros meses, as contratações de homens poderão retornar — desde que fique provado que nenhuma mulher qualificada para a posição estava disponível.
Dois terços dos funcionários aprovam as medidas. Robert-Jan Smiths, presidente do conselho universitário, considera a atitude necessária:
“Sem essa medida radical, só chegaríamos a um corpo docente 50% feminino em 2042 — e não queríamos esperar tanto”, ele afirma em entrevista ao jornal The Guardian.
E no Brasil, algo assim daria certo?
Aqui existe uma discrepância: apesar de ocupar a maior parte do quadro de estudantes universitários, as mulheres ocupam menos da metade de professores. Outro dado curioso também aponta que, apesar dos 51% dos títulos de doutorado serem de mulheres, elas não conseguem chegar à docência. Os dados são da Unicamp.
O programa que está em vigor na Holanda desde o ano passado, aponta que a proporção de mulheres docentes já chegou a 25%. Nesse meio tempo, a universidade enfrenta resistência: no mês passado, a TUE foi denunciada ao Instituto de Direitos Humanos dos Países Baixos por discriminação. A decisão sobre o caso será anunciada em julho.
A universidade holandesa não foi a primeira a tomar medidas drásticas para garantir a igualdade entre seus funcionários.
A Universidade de Bath, na Inglaterra, está aperfeiçoando seus processos de admissão para que o quadro de funcionários seja o mais diverso possível:
“Definitivamente é uma coisa que os estudantes buscam em uma universidade hoje em dia, porque cada pessoa acrescenta algo. Ter funcionários de contextos diferentes garante que problemas e histórias diferentes sejam compartilhados”, afirma Sara Conejo Cervantes, presidente da sociedade de igualdade de gênero da Universidade de Bath.
da redação, com informações do Universa