Anderson do Carmo e Flordelis |
Cerca de um ano atrás, publicamos aqui a história de Floredelis. Pastora, missionária evangélica, cantora gospel e estreante na vida política, Flordelis criou-se na favela do Jacarezinho, na capital fluminense, e é mãe de 55 filhos, dos quais apenas quatro biológicos.
Em 1994, a então professora adotou 37 crianças (dos quais 14 bebês) de uma vez só. Eram moradores de rua que haviam sobrevivido a uma chacina na Central do Brasil, um ataque ocorrido menos de um ano após a famosa Chacina da Candelária.
Deputada federal pelo PSD – RJ, teve o marido assassinado em 16 de junho de 2019. Anderson do Carmo, foi alvejado com 30 tiros ao chegar em casa. Durante o desenrolar do processo, teve filhos acusados de cometer o crime, e inevitavelmente, seu nome apareceu como mandante.
Pouco mais de um ano depois, Flordelis volta aos holofotes da mídia com histórias ainda mais surpreendentes e inacreditáveis. A Netflix está perdendo um bom roteiro já pronto.
A primeira grande surpresa da semana foi o fato de Flordelis e o marido, Anderson Carmo, serem frequentadores de um clube de swing, onde há troca de casais. O relato está num depoimento de uma testemunha. A mesma testemunha afirma que em certa ocasião, encontrou Flordelis “extremamente” bêbada na mesma casa de swing.
Uma outra testemunha afirmou que morou na casa da deputada no final dos anos 90, e que presenciou rituais secretos com uso de sangue, nudez e que até mesmo sexo, e que o próprio chegou a fazer sexo com Flordelis.
Uma terceira testemunha, localizada pelos investigadores e que trabalhou com o casal no fim dos anos 90, revelou ter presenciado crianças sendo agredidas fisicamente na casa de Flordelis e até mesmo punidas com pimenta na boca. A mulher ainda relatou que alguns adolescentes acolhidos pela pastora trabalhavam e todo dinheiro ficava com Flordelis e Anderson.
Depois de tomar fôlego, vamos racionalizar. Todos esses depoimentos foram tomados ainda em 2019, durante os meses de setembro e outubro. Por que foram disponibilizados agora?
Ainda não sabemos.
Outra questão diz respeito ao achincalhe desnecessário. Se Flordelis realmente participou do assassinato do marido, deve ser investigada, julgada e punida. Se cometeu outros delitos, idem. Mas o fato é que frequentar clubes de swing e ficar “extremamente” bêbada ainda não é considerado crime no Brasil. Existe um dilema moral por ela ser pastora evangélica? Sim, existe, mas isso só cabe à sua própria consciência.
Sobre os maus tratos aos filhos, também cabe investigação. De todos os depoimentos disponibilizados à imprensa, esse foi o único a citar a fonte: Maria Aparecida Limeira, de 69 anos, que morou na casa de Flordelis no Rio Comprido no fim dos anos 90, ajudando a cuidar das crianças, e que relatou ter presenciado práticas com as quais não concordava.
O caso e Flordelis é extremamente confuso, cheio de furos e polêmico. O brasileiro adora uma história envolvendo sexo e orgias. Diante de um país afundado numa pandemia, com um governo se dissolvendo com a rapidez de um Sonrizal efervescente, nada mais oportuno do que inundar a nossa mídia com uma história tão cheia de detalhes escabrosos, não é mesmo?
Taty Valéria, com informações do Extra