“Eu nunca mais vou ter meu filho. Eu nunca mais vou fazer dengo no meu neguinho”. Com essas palavras, ditas por Mirthes Renata, mãe do menino Miguel, o Brasil foi dormir ainda mais triste e sufocado na noite deste domingo.
O Fantástico exibiu uma matéria completa sobre o Caso Miguel, que morreu depois de cair do nono andar do prédio em que sua mãe trabalhava como empregada doméstica. Mirthes merece uma matéria só pra ela. Mas agora iremos falar de Sarí Corte Real, a patroa que deixou um menino de 5 anos sozinho dentro de um elevador, e voltou para terminar de fazer as unhas em seu apartamento de luxo.
Na teoria da comunicação existe o estudo da semiótica. Em poucas palavras, significa o funcionamento dos vários sistemas de sinais e símbolos utilizados para a expressão e a comunicação de ideias, sentimentos, emoções, desejos e necessidades. Orientada por seus advogados, Sarí tentou, sem sucesso passar uma impressão à população, mas ela só conseguiu ainda mais ranço e indignação.
Ao contrário das fotos de suas redes sociais, onde aparecia sempre com o cabelo bem arrumado, a maquiagem bem feita (?) e muito bem produzida, Sarí apareceu para o Brasil vestida de forma simples, com uma camisa branca, o cabelo ‘desarrumado’, sem maquiagem, e segurando um terço. Poderia ter dado certo, quem sabe? Mas não há cenário que resista à uma interpretação ruim de uma atriz canastrona.
Sem demonstrar qualquer remorso, culpa ou arrependimento, Sarí só conseguiu passar sua arrogância, falta de empatia e desprezo pela vida de um menino que era filho de sua empregada.
Façam um pequeno exercício mental: você deixaria um amiguinho do seu filho, com apenas 5 anos, descer sozinho o elevador do seu prédio? Certamente Sarí também não, mas Miguel não era um amiguinho de sua filha, era o filho negro de sua empregada negra.
Sem conseguir responder as perguntas de forma objetiva, Sarí tentou vender uma imagem que ela nem saberia qual.
Mas é preciso deixar um registro amargo: se cobrou muito que Sarí sentisse culpa, remorso, dor, arrependimento… Assim como todos os outros sentimentos humanos, ou se tem, ou não. Sarí não os tem. E pelo menos nesse ponto, ela foi honesta.
Taty Valéria