Liliane Cristina Rodrigues Pissaia, 37, passou por um verdadeiro pesadelo, e que serve de alerta para mães e pais. Moradora de Campinas, interior de São Paulo, Liliane deixou o celular carregando na tomada e foi lavar roupas. De repente, um barulho. “Parecia o barulho de um tiro”, conta. Sua filha Elisa, de apenas 5 anos, pegou o celular para jogar, e o aparelho explodiu. “Parecia que a minha filha estava pegando fogo”.
O acidente que aconteceu com a pequena Elisa é mais comum do que se imagina, e a orientação dos especialistas, tanto para crianças quanto para os adultos, é que não manipulem o aparelho enquanto ele está sendo carregado, e Liliane sabia disso. “Se o celular estivesse carregando, eu sempre falava para não mexer e ela obedecia, mas as crianças por impulso, às vezes, acabam desobedecendo”, disse.
Após o acidente, que ocorreu no início do mês de julho, Elisa sofreu queimaduras nos dois braços, nas duas pernas e no tórax, além de lesões nos lábios e nas narinas. A mãe conta que a filha estava com uma fantasia de bailarina, que também pegou fogo, assim como seu cabelo. No momento do acidente, Liliane estava com o filho Gustavo, 14, em casa, que a ajudou a socorrer Elisa. Nosso primeiro instinto foi levá-la para o banheiro e colocá-la dentro do chuveiro”, diz a mãe.
A família levou Elisa para o hospital e os médicos constataram que ela estava com queimaduras de 2º grau. “Ela tomou as medicações, mas ainda sentia muita dor”, explica Liliane. Como os hospitais estão restringindo a permanência de pacientes, devido à covid-19, a mãe foi orientada a medicar a filha em casa, com remédios e pomadas. Liliane conta que a filha chegou a melhor um pouco, porém à noite ainda chorava muito. Nesta semana, Elisa voltou ao hospital, pois sua queimadura do braço piorou e os médicos pretendem encaminhá-la para um hospital especializado em queimaduras.
O engenheiro eletricista e diretor executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade – Abracopel, Edson Martinho, explica que é preciso tomar muito cuidado quando o celular está carregando. “Enquanto está na tomada, o carregador está consumindo energia e se ele fica muito tempo pode gerar um aquecimento fora do normal, causando um curto-circuito interno e consequentemente um incêndio”, diz.
Além disso, o incêndio pode ocorrer em casos que o carregador tem um pico de tensão alto, devido aos raios, em dias de chuva forte. O especialista também alerta para não deixar o celular carregando em locais quentes e abafados, como sofá, cama e debaixo do travesseiro. “Nessa situação, pode haver um aquecimento fora do normal do carregador, causando um incêndio em grandes proporções”, afirma.
da redação, com informações da Revista Crescer