Bruna Maria trabalha em serviço essencial e precisou ficar isolada do restante da família durante a pandemia. Marcos Otávio, de apenas 6 anos, está sem aulas, longe dos coleguinhas e dos primos. Além da solidão provocada pelo confinamento, os dois tinham algo mais em comum: o desejo antigo de adotar um pet.
No caso de Bruna, que já estava procurando um companheiro de quatro patas, a pandemia apenas acelerou o processo. “Já estava atrás de um gatinho para adotar, só não tinha tempo de ir atrás, por conta da correria do dia a dia. Mas um amigo encontrou uma filhotinha no meio da rua, eu não resisti. Hoje Fifi é uma grande amiga e companheira”, afirma.
Já para Marcos Otávio, a vontade de encontrar um novo amigo bichano existia desde que seu antigo gato foi roubado.
“Nós sempre tivemos gatos. Durante a pandemia também veio um divórcio e a mudança de apartamento, precisávamos de mais vida na casa, então adotamos Olavo com apenas 2 meses. Ele veio trazendo amor e cuidado e responsabilidade para Otávio. Ele é nosso companheiro, brincalhão e muito carinhoso”, afirma Talitta Medeiros, mãe de Marcos Otávio.
Animais domésticos são fontes de amor, companheirismo, diversão, alegria. Mas são seres que precisam de cuidado, estrutura, alimento e carinho.
Uma pesquisa publicada em junho na revista acadêmica Journal of Veterinary Behavior analisou o papel dos pets durante a pandemia do coronavírus. Os pesquisadores pediram que 1.297 pessoas na Espanha respondessem a questionários online sobre sua relação com seus animais durante a quarentena imposta pela pandemia de Covid-19.
No total, 75% das pessoas forneceram dados indicando que seus animais as ajudaram a lidar com o período de confinamento. Por isso, a pesquisa conclui que “durante o recente surto de Covid-19, a relação que as pessoas têm com seus cães e gatos as está ajudando a compensar a dramática redução em suas interações sociais e físicas com pessoas”.
A psicóloga carioca Carla Pereira de Almeida avalia que o animal faz uma troca de afetos, que é algo muito importante para o ser humano. Isso faz com que a pessoa se sinta melhor, com mais vontade de viver.”
De acordo com Vitória Letícia, do Projeto Amar Vidas, que acolhe gatos doentes em Santa Rita, região Metropolitana de João Pessoa, o aumento na adoção de gatos e cachorros realmente cresceu durante a quarentena. “As pessoas passaram a se sentir mais sozinhas, e por isso a procura aumentou”, mas ela faz um alerta:
“É importante que as pessoas tenham responsabilidade e tenham em mente que um animal vai precisar de cuidados e atenção constantes. É preciso avaliar que depois da pandemia, todos vão voltar ao trabalho e às suas atividades normais, e é preciso haver planejamento para não correr riscos”, afirma.
Gatos e cachorros também sentem saudade, medo, frio e fome. Antes de tomar a decisão de levar uma fofura dessas pra casa, pense nos prós e nos contras. A certeza é que você terá mais trabalho, mais despesas e mais preocupações, mas a contra partida que eles devolvem em amor e carinho, vale todo o esforço.
Fifi só quer jogar também @BichinhosFB pic.twitter.com/d5rxbJToo6
— Só sou obrigada a lavar as mãos (@tatyanavaleria) July 4, 2020
Taty Valéria